Remédios para tratamento do "fungo negro" pode custar em torno de R$ 450 mil
Tratamento também inclui realização de cirurgias de alta complexidade

Foto: Reprodução/Campo Grande News
O surgimento de casos com suspeita de mucormicose em pacientes com Covid-19 no Brasil acende preocupações sobre o custo do tratamento da doença, conhecida popularmente como “fungo negro”. Considerando que, as intervenções, cirúrgicas e com medicamentos, exigem internações prolongadas.
As drogas usadas para combater o fungo, por sua vez, chegam a custar R$ 10 mil por dia. E precisam ser aplicadas por cerca de 45 dias. Apenas com medicamentos, sem contar cirurgia e internação, são necessários uma quantia estimada em R$ 450 mil.
De acordo com o médico Marcello Magri, da clínica de moléstias infecciosas e parasitárias do Hospital das Clínicas de São Paulo, os custos acabam sendo cobertos pelo paciente, pelo plano de saúde ou pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que fornece uma das formulações da Anfotericina, indicada no tratamento.
Na Índia, em que 9 mil pacientes com Covid-19 tiveram o “fungo negro”, o estoque do medicamento chegou a ficar esgotado. No Brasil, casos do "fungo negro" são extremamente raros. Até agora, quatro casos estão sendo investigados sob suspeita de associação com a Covid-19.
A mucormicose necrosa os tecidos da face, atingindo nariz, olhos e podendo invadir o cérebro. A região atingida escurece (daí o motivo pelo qual a doença ser popularmente chamada de “fungo negro”). Para evitar o óbito, os médicos têm que realizar complexas cirurgias que muitas vezes implicam na retirada dos olhos e até mesmo de um pedaço do cérebro. Cerca de 50% não resistem e morrem.