Residência Criativa destaca produção cultural protagonizada por mulheres negras

A produtora e gestoral cultural baiana, Simone Braz, que atua há 12 anos na área, está lançando a primeira edição do Ialodês - Residência Criativa, que tem como propósito estimular o fomento, capacitação e intercâmbio de projetos artísticos, culturais e criativos protagonizados por produtoras culturais negras. O projeto reúne, em sua primeira edição, mais cinco produtoras atuantes na cena baiana: de Salvador, Camila Brito e Gabriele Jessi; e do Recôncavo Laisa Ojulepa, Aquataluxe Rodrigues e Glenda Nicácio, em uma imersão na Casa Preta Hub, em Cachoeira (Ba), com temáticas ligadas à memória, legados e futuros possíveis. O conteúdo pode ser acompanhado através do instagram @ialodesresidenciacriativa . O encontro ainda repensa sobre o simbolismo de "datas comemorativas" como o 13 de maio.

Simone, que hoje faz parte da equipe de gestão da Casa Batekoo e integra a produção de projetos como: Mete Dança Digital, Festa Literária do Subúrbio Ferroviário, Plataforma Frequências Preciosas, e Festival Segunda Black (RJ), revela que a ideia é mostrar o potencial intelectual e criativo de mulheres negras à frente de produções culturais, além de ser espaço de preservação da memória, atrelada a artistas e profissionais negros que tiveram grande contribuição na cena cultural baiana e brasileira. Além do intercâmbio entre as produtoras participantes, a residência contará ainda com convidadas que tem uma atuação marcante e simbólica no campo da cultura protagonizada por mulheres negras, como o grupo da Irmandade da Boa Morte, uma confraria religiosa afro-católica que há mais de 200 anos se mantém como manifestação cultural e religiosa em Cachoeira; o Yakurinxirê Festival Percussivo de Mulheres, que também acontece entre as cidades de São Félix e Cachoeira; e Laisa Ojulepa que reside em Santo Amaro e também participa apresentando a sua pesquisa artística  "O corp' subjetividades / Projeto Nagò Afroíndigena" .