A Política Nacional de Resíduos Sólidos completou 10 anos e o debate ganha força em meio à pandemia da covid-19, inclusive no Congresso, e é urgente, mesmo, apesar da política, em si, dar apenas diretrizes para a elaboração. Na sexta-feira passada, 7, deputados defenderam a adoção de medidas voltadas à iniciativa privada e ao setor público para estimular ações de manejo sustentável do lixo.

A proposta, aprovada em 2010 pelo Congresso, organiza a forma como o Brasil deve lidar com o lixo, exigindo que os diferentes setores gerenciem o retorno e a reciclagem de seus resíduos. 

Mas o empenho da esfera federal de nada adianta enquanto estados e municípios relegam ações mais práticas e efetivas sobre o assunto. A erradicação dos lixões e destinação final de resíduos em aterros sanitários, cujo prazo já não foi atendido (era 2014) e estuda-se uma prorrogação até 2021), é peculiar em cada ente da federação, que demandam certas aplicações específicas.

Além disso, é preciso levar o debate ao outro lado do balcão: à população. Existe uma mudança de mentalidade quanto o consumo responsável e descarta correto dos resíduos? E junto, outro questionamento: as pessoas está amparada no meio em que vive para promover tudo isso?

Na bolha da crise da covid-19, o descarte de resíduos sólidos se tornou um problema ainda maior. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o descarte de resíduos domiciliares aumentou entre 15 a 25%, já que as pessoas estão mais tempo em casa. Aponta, ainda, que a geração de resíduos hospitalares em unidades de atendimento à saúde aumentou de 10 a 20 vezes, devido ao aumento de pacientes nas unidades.

Seja numa pós-pandemia ou no agora, a sustentabilidade é prioridade em sociedades que buscam holofotes na economia mundial.