Retração no setor de serviços é a maior em 12 anos
Queda no consumo das famílias registra maior índice desde 2001

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Os números do PIB divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram uma forte queda no consumo das famílias e no setor de serviços, que têm peso de mais de 60% na economia brasileira. O setor de serviços, que engloba atividades como comércio, bancos, transportes, recuou 1,6% ante o trimestre imediatamente anterior.
Essa foi a maior queda desde 2008, ano da crise provocada pelo colapso das hipotecas de alto risco nos EUA. O consumo das famílias, afetado pelo desemprego e pelas medidas de isolamento social, sofreu a maior retração desde 2001, com queda de 2%, ante os últimos três meses de 2019.
"A queda do consumo das famílias está atrelada à queda dos serviços. Com o distanciamento social em março, muitas atividades como cinema, academias, restaurantes e outros foram fechados, e os serviços pesam cerca de metade de tudo que as famílias consomem", explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Rebeca lembra que ocorreu no Brasil o mesmo que houve em outros países afetados pela pandemia, onde o setor de serviços também sofreu com o fechamento do comércio devido ao isolamento social. Na comparação com igual período de 2019, a queda foi de 0,3%.
Assim como o setor de serviços, a indústria também registrou queda na produção, de 1,4%. Com isso, o setor viu sua participação no PIB cair ainda mais. A indústria no primeiro trimestre de 2020 respondeu por 20,9% de tudo o que foi gerado de riquezas no país, o menor patamar da série histórica. Em 2005, o peso da indústria chegou ao auge de 28,5%.