Salvador celebra diversidade linguística e cultural na 10ª edição do Poliglotar!

Salvador foi palco, nos dias 20 e 21 de setembro de 2025, de um dos encontros mais relevantes da educação linguística e cultural do país: a 10ª edição do Poliglotar. Realizado no Grande Hotel da Barra e transmitido online para todo o mundo, o evento comemorou uma década de existência reunindo estudantes, professores, tradutores, linguistas e apaixonados por idiomas em uma verdadeira celebração da diversidade.

Criado em 2016, o Poliglotar já passou por capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Fortaleza. A chegada a Salvador foi considerada um marco simbólico para a história do evento. “É um evento importante porque ele reúne pessoas que gostam de estudar idiomas, de viajar, de aprender sobre novas culturas e também pessoas que querem entrar no mercado de trabalho de línguas, a exemplo de professores, tradutores e intérpretes”, destacou o poliglota e organizador Juliano Timbó.

Idiomas que conectam histórias

Com uma programação marcada por palestras, oficinas, painéis e vivências imersivas, o Poliglotar reforçou a visão de que a fluência vai além da gramática e se constrói pela escuta, pelo diálogo e pela experiência intercultural.

Entre os destaques, esteve presente o analista de sistemas e jornalista argentino Matías Barmat, que é hiperpoliglota e fala 18 línguas. “A minha paixão pelas línguas tem a ver com a minha paixão por comunicar, é o mais importante de tudo, por fazer o mundo melhor através da difusão dos valores do multilinguismo”, enfatizou Barmat.

Outra presença marcante foi da palestrante baiana Carolina Moraes, empreendedora da área de tecnologia e inovação, que, após mais de três décadas no Vale do Silício, voltou a viver em Salvador.  Carolina apresentou a conferência “Podcasts como caminho para a fluência: aprendendo idiomas com histórias reais”.

Durante sua fala, ela destacou como a escuta de conteúdo autêntico pode transformar a jornada de quem estuda idiomas. No contexto brasileiro, observou: “Muitos brasileiros estudam por anos e, ainda assim, enfrentam dificuldades para entender o inglês falado no dia a dia — em viagens, reuniões ou até tentando ajudar um turista perdido. A escuta é uma habilidade que se desenvolve com exposição ao idioma como ele é realmente usado”, explicou.

Carolina lidera a equipe da Jiveworld, plataforma educacional desenvolvida por ex-Googlers com quem trabalhou durante sua trajetória no Vale do Silício. A plataforma utiliza histórias autênticas e premiadas de podcasts norte-americanos para treinar a compreensão auditiva. Consolidada nos Estados Unidos no ensino de espanhol, a ferramenta chegou ao Brasil com uma proposta focada no inglês: promover fluência auditiva com base em narrativas envolventes, respeitando o ritmo de cada estudante.

Comunidade em movimento

Mais do que um evento, o Poliglotar reafirmou sua vocação comunitária. Em Salvador, essa característica se conecta ao Clube Poliglotas, que semanalmente reúne pessoas no pôr do sol da Barra para praticar idiomas em um ambiente de troca e acolhimento.

A professora de inglês/português e coordenadora do Poliglotar, Sabrícia Andrade, reforçou a força que o evento tem em unir pessoas. “O evento é sobre isso, sobre unir pessoas, falar sobre culturas, línguas, poliglotas e pessoas entusiastas nesse assunto”. 

Com uma década de história, o Poliglotar segue crescendo como conferência e como comunidade, celebrando sotaques, experiências e trajetórias que constroem um aprendizado vivo e plural. E a jornada continua: a próxima edição do Poliglotar já tem destino confirmado — em 2026, o evento será realizado em Foz do Iguaçu, ampliando ainda mais as conexões entre línguas, culturas e fronteiras.