Sem verba federal para carros-pipas, semiárido nordestino e Minas Gerais podem ficar sem água
Orçamento do programa está em R$ 89,7 milhões, no entanto, seria necessário R$ 672 milhões

Foto: Reprodução/ Governo Federal
Por falta de dinheiro do governo federal, moradores do semiárido nordestino e de Minas Gerais, que dependem de carros-pipa para o abastecimento, podem ficar sem água potável a partir de fevereiro. O alerta foi emitido pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Claudio Xavier Seefelder Filho, através de ofício encaminhado ao Ministério da Economia. As informações são do O GLOBO.
É através do programa que nove estados recebem água potável do governo para garantir segurança hídrica, principalmente na zona rural de cidades atingidas pela seca.
No documento, Seefelder afirma que a "encontra-se comprometida ao longo do mês de fevereiro, face ao esgotamento dos seus créditos orçamentários” e pede ao Ministério da Economia a ampliação da verba.
Ele ainda destaca que a Operação Carro-Pipa é responsável pelo fornecimento de água a milhares de brasileiros no semiárido e a paralisação do programa traria “irreparáveis prejuízos à população assistida e aos profissionais civis nela envolvidos”.
De acordo com o ofício obtido pelo O GLOBO, o orçamento do programa neste momento é de R$ 89,7 milhões. Do total, cerca de R$ 65,9 milhões foram liberados para janeiro. Para custear as operações no mês de fevereiro, foi liberado o saldo restante, de aproximadamente R$ 23,7 milhões. No entanto, o valor é baixo, comparado ao total necessário para o ano.
Segundo o MDR, seria necessário um valor de R$ 672 milhões para todo o ano de 2021. “Dado que foram efetivamente disponibilizados, até o presente momento, R$ 89.746.679, persiste a necessidade de R$ 582.330.615 para arcar com a operação durante todo o exercício de 2021”, diz o ofício.
A reportagem procurou o Ministério da Economia, que informou que o programa tem um total de R$ 500 milhões, mas que apenas R$ 89,7 milhões estão disponíveis na execução provisória do Orçamento, já que a diferença depende da aprovação do Congresso. “Enquanto o Congresso não aprovar o Orçamento, esta diferença permanece”, explica a pasta.