Sete em cada dez trabalhadores por conta própria gostariam de ter vínculo formal, aponta FGV
Desejo de ter a carteira assinada é maior entre os que ganham até dois salários mínimos

Foto: Agência Brasil
A primeira edição da Sondagem do Mercado de Trabalho, pesquisa lançada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) nesta terça-feira (6), mostra que o mercado de trabalho brasileiro acumula uma série de fragilidades em termos de renda, proteção social e bem-estar. Segundo o levantamento, sete em cada dez trabalhadores por conta própria gostariam de ter vínculo formal.
Além disso, apesar de o desemprego ter recuado para o menor patamar desde 2014, quase um terço dos profissionais empregados está insatisfeito. E metade dos entrevistados teme não ter a qualificação necessária para conseguir um emprego seguro e com bom salário nos próximos cinco a dez anos. A pesquisa foi realizada entre agosto e outubro deste ano e ouviu 2 mil pessoas, acima de 14 anos, em todo o território nacional.
Vínculo formal
Cerca de 69,6% dos profissionais ouvidos pela pesquisa e que trabalham por conta própria (com ou sem CNPJ) gostariam de ser empregados em uma empresa privada ou pública. Esse percentual, no entanto, sobe para 87,7% quando considerados todos os trabalhadores que não possuíam nenhum tipo de registro.
O desejo de ter a carteira assinada é ainda maior entre os que ganham até dois salários mínimos (74,9%). Já entre aqueles que ganham mais de dois mínimos, a proporção diminui: 56% gostariam de trabalhar em uma empresa ante 43% que preferem a sua atual condição.
Nível de satisfação
Quase um terço (27,8%) dos entrevistados relataram estar insatisfeitos com o trabalho atual, seja pela baixa remuneração (64,2%), pouco ou nenhum benefício (43,0%) ou insegurança por ser um trabalho temporário (23,7%). A insatisfação com o emprego é ainda maior quando se é mulher, trabalhador não registrado ou possui escolaridade até o ensino fundamental.
Entre os que ganham até dois salários mínimos, pouco mais da metade (68%) estão insatisfeitos. Já entre os que ganham acima desse valor, só 10% estão descontentes. Numa escala de 0 a 10, o grau de satisfação com a vida pelo brasileiro ficou em 7,2. Mas varia entre 6,1 e 7,1 quando se é preto(a), pardo(a), possui escolaridade até o ensino médio, não está ocupado e/ou possui entre 14 e 24 anos.


