Síndrome do ovário policístico pode causar resistência à insulina; entenda

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é uma doença endócrina que acomete de 6% a 15% das mulheres em idade reprodutiva. Durante palestra no 15º Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia (COPEM), a endocrinologista Larissa Garcia Gomes afirmou que desregulação do funcionamento ovariano, alteração no eixo neuroendócrino e resistência à insulina são as três principais alterações envolvidas na síndrome. 

Segundo ela, a terceira alteração decorre da resistência insulínica presente em 80-90% das mulheres com SOP. O excesso de insulina, segundo a especialista, tem uma ação direta nos ovários estimulando a produção de testosterona, além de agir nos tecidos periféricos como tecido adiposo e músculo promovendo uma inflamação crônica. 

Em relação à desregulação do funcionamento ovariano, Larissa disse que as células dos ovários das mulheres com a síndrome apresentam uma maior capacidade intrínseca de produzir andrógenos, ou seja, testosterona e precursores da testosterona. Esse excesso hormonal vai levar aos sintomas típicos de excesso de pelos e acne. Além disso, o desenvolvimento dos folículos ovarianos fica anormal: a mulher não ovula mensalmente e o ciclo menstrual se torna irregular.

Já no que diz respeito ao eixo neuroendócrino hipotálamo-hipofisário, a especialista explica: “A hipófise produz os hormônios LH e FSH, responsáveis pela regulação da produção dos hormônios ovarianos, o desenvolvimento dos folículos e a ovulação. O eixo neuroendócrino das mulheres com SOP apresenta um típico padrão alterado de secreção dos hormônios LH e FSH, predominando o efeito do LH - que estimula a produção de testosterona - associado à diminuição da ação do FSH, interrompendo o desenvolvimento dos folículos e consequentemente da ovulação”.