Sobrevivente do Holocausto, escritor Eddie Jaku, morre aos 101 anos
Jaku foi o autor do livro de memórias "O Homem Mais Feliz do Mundo", publicado em 2020

Foto: Reprodução/G1
Morreu nesta terça-feira (12), aos 101 anos, o sobrevivente do Holocausto Eddie Jaku. O judeu alemão radicado na Austrália foi autor do livro de memórias "O Homem Mais Feliz do Mundo", publicado em 2020, ano em que completou seu centenário.
A morte foi certificada em comunicado do Conselho Judaico de Nova Gales do Sul que o descreveu como um "farol de luz e esperança" e "um homem que será lembrado por sua resistência diante das adversidades e pela alegria que o seguiu”.
"O mundo é um pouco menos brilhante sem ele, e sempre guardaremos as memórias e histórias que tivemos o privilégio de ouvir. Desejamos uma vida longa a toda a família Jaku. Que sua memória seja uma bênção", informou a nota.
Nascido Abraham Jakubowicz em Leipzig, na Alemanha, em 1920, Jaku foi espancado por nazistas na chamada "Noite de Cristais", em novembro de 1938, e transportado para o campo de concentração de Buchenwald. Tempos depois, conseguiu fugir para a Bélgica e França mas acabou recapturado e enviado para Auschwitz.
Jaku sobreviveu a Josef Mengele e à "Marcha da Morte". Ele foi encontrado delirando e pesando menos de 30 kg por soldados americanos ao fim da Guerra, em junho de 1945. No período em que esteve escondido, em uma caverna, ele se alimentava de lesmas e caracóis.
Anos depois, conheceu Flore sua mulher e se casou na Bélgica. O casal migrou para a Austrália em 1950 e teve dois filhos.
Ao longo dos anos, ele ocupou diversos postos de trabalho, mas foi no Museu Judaico de Sydney onde percebeu sua vocação como defensor da paz e tolerância. Jaku foi fundador e voluntário da instituição desde 1992, na qual começou a espalhar sua mensagem que acabou compartilhada em diversas partes do mundo.