Sóstenes Cavalcante nega participação em protesto e afirma que “o Brasil já não é mais uma democracia”

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) contestou nesta sexta-feira (25) a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a retirada imediata de parlamentares acampados na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Em publicação na rede social X (antigo Twitter), o líder do PL na Câmara declarou que não estava no local citado e que se encontra em sua base eleitoral, no Rio de Janeiro.

“Estou no Rio, trabalhando. O ministro deve estar confundindo os fatos ou surtando”, escreveu o parlamentar, ao negar envolvimento com o ato. Em tom crítico, Sóstenes afirmou ainda que “o Brasil já não é mais uma democracia”.

A decisão de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e menciona também os deputados Hélio Lopes (PL-RJ), Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e Rodrigo da Zaeli (PL-MT). Alguns deles, como Gilberto, também negaram participação no acampamento.

Na determinação, o ministro ordenou a retirada dos parlamentares da Praça dos Três Poderes e notificou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a impedir novas manifestações do tipo. Moraes autorizou ainda a prisão em flagrante em caso de resistência ou desobediência à ordem judicial.

O protesto começou na tarde de sexta-feira, quando o deputado Hélio Lopes montou uma barraca em frente ao STF e permaneceu em silêncio, com uma fita branca na boca. O ato foi descrito por ele como uma manifestação contra decisões recentes do Supremo. O deputado Coronel Chrisóstomo chegou a visitar Lopes e declarou que também participaria do protesto.

Após a decisão do STF, a praça foi cercada, e houve reforço na segurança. Em nova publicação, Lopes afirmou que a Justiça determinou sua retirada e reforçou as críticas ao Judiciário: “Se a liberdade precisa de escolta, então já não estamos em uma democracia plena”.