Supostas ações de Dallagnol contra senador Jaques Wagner repercutem no Senado

Líder do PT no Senado reage querendo que a Casa tome medidas sobre as supostas falas de Dallagnol

Por Juliana Dias
Às

Supostas ações de Dallagnol contra senador Jaques Wagner repercutem no Senado

Foto: Jacques Wagner é ex-governador da Bahia - Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, quer que a Casa tome medidas frente à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sobre supostas falas do procurador Deltan Dallagnol, para adiantar uma busca e apreensão na casa do recém-eleito senador Jaques Wagner, também do PT, antes do segundo turno presidencial, conforme notícia do site The Intercept Brasil. "O Senado Federal não pode ficar calado. Tratava-se de um Senador ainda não diplomado, ainda não empossado, mas já eleito pelo povo da Bahia", falou o líder.

Humberto Costa destacou os trechos do diálogo em que Dallagnol teria dito: "É urgente. É agora ou nunca" na tentativa de interferir na imagem do candidato do partido Fernando Haddad, já que Wagner era seu coordenador de campanha. "Ordenar uma ordem de busca e apreensão na casa de alguém, como ele disse "por uma questão de simbolismo", é muito mais do que um crime; é algo que desperta nojo. Isso é próprio de alguém que não tem caráter, de alguém que não tem a compostura para exercer uma função pública da dimensão que esse cidadão exerce", reclamou.

O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA) classificou essa aparente perseguição como um caso patológico, conhecido como stalking. "E agora deve caber no Código Penal a busca e apreensão simbólica contra as pessoas. Isso é uma coisa contra a lei, acima da lei, acima do limite da lei, contra a Constituição. Infringiu a lei e a lei existe exatamente para limitar o poder", afirmou. Do mesmo partido, Ângelo Coronel lamentou que outros senadores tenham tentado diminuir o impacto de "receber uma visita da Polícia Federal na sua casa com seus filhos e sua esposa". Ao que Kátia Abreu (PDT) definiu como inaceitável. "Hoje foi Jaques Wagner, amanhã pode ser Kátia Abreu, amanhã pode ser Davi Alcolumbre, amanhã pode ser Major Olimpio, amanhã pode ser qualquer um nesta Casa ou qualquer brasileiro. 
Nenhum brasileiro na face da terra merece que o Estado de direito e o devido processo legal não sejam cumpridos à risca, porque só isso, esta é a única coisa que garante a Constituição", opinou.
Antonio Anastasia (PSDB) disse que ficou espantado com o teor das conversas e Tasso Jereissati (PSDB) afirmou estar "perplexo".
Por sua vez, Jaques Wagner defendeu a atuação do Ministério Público e da Lava Jato, mas reforçou estar enojado. "A vaidade e a popularidade parece que subiram à cabeça e, como a gente diz na nossa Bahia, meteram o pé na jaca, passaram do ponto, exageraram, começaram a achar que estão acima da lei, e aquele diálogo e outros, me parece, virão à tona", previu.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.