Suspeito de matar esposa a marretadas tem prisão convertida para preventiva na Bahia
Ramon de Jesus Guedes matou Laina Santana Costa Guedes na frente das filhas do casal, de 12 e 5 anos

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Ramon de Jesus Guedes, suspeito de matar a esposa Laina Santana Costa Guedes, de 37 anos, a marretadas teve a prisão em flagrante convertida para preventiva na quinta-feira (21).
O crime aconteceu na noite de terça-feira (19), no apartamento em que o suspeito e a vítima moravam, em Lauro de Freitas, e foi presenciado pelas filhas de 12 e 5 anos do casal, além de ter sido filmado por vizinhos. A filha mais velha foi agredida pelo pai ao tentar salvar a mãe. Não há detalhes sobre o estado de saúde dela.
Laina e Ramon estavam juntos há 17 anos. A defesa de Ramon chegou a solicitar concessão de liberdade provisória, com aplicação de medidas cautelares.
No entanto, a Justiça acatou o argumento apresentado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) de que há “indícios suficientes de autoria verificados nos depoimentos dos policiais militares que efetuaram a prisão sob enfoque; na confissão do custodiado; nas fotografias e vídeos apresentados; no auto de apreensão do instrumento utilizado para execução do delito".
Também foi considerada "a gravidade concreta do delito e a periculosidade do agente, diante da brutalidade da execução do homicídio contra própria companheira, executado a golpes de marreta, na presença das filhas, uma adolescente e a outra de apenas cinco anos de idade".
Laina chegou a ser levada a uma unidade de saúde, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo dela foi sepultado na tarde de quarta-feira (20), no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador.
Após matar a companheira, Ramon tentou fugir pela varanda do apartamento, mas caiu e foi impedido pelos vizinhos. Ele foi conduzido para o Hospital Menandro de Farias, onde passou por atendimento, e depois foi levado para a Delegacia Territorial (DT/Itinga).
Depoimento de Ramon
Em depoimento à polícia, Ramon disse que tinha um relacionamento conturbado com a vítima e que a matou porque desconfiava de uma traição.
Segundo relato do suspeito, na noite anterior ao crime, ele e Laina discutiram e trocaram ofensas, mas que a briga acabou em uma relação íntima. Na manhã seguinte, a companheira teria dito ao suspeito que tivera um “namoro sem vontade”, o que teria gerado questionamentos. Ainda assim, ambos saíram para trabalhar.
Ao retornar mais cedo para casa, por não se sentir bem no trabalho, Ramon afirmou ter visto a vítima em um carro junto com outra pessoa no condomínio. Ele não disse a pessoa era um homem ou uma mulher.
Quando já estavam na residência, outra discussão começou. Ele disse que questionou a vítima sobre a presença de uma viatura da Polícia Militar no local, ao que Laina respondeu ser vítima de violência psicológica.
O suspeito afirmou que tentou sair da casa, mas que foi impedido pela companheira. Neste momento, ele teria perdido o controle e desferido golpes de marreta contra a mulher, que caiu desacordada.
Ao ver a vítima no chão, ele tentou sair pela porta, mas desistiu ao perceber a presença das pessoas e de policiais na parte externa. Por isso, tentou se jogar da varanda da casa para tirar a própria vida, mas foi dissuadido por testemunhas.
Ainda em depoimento, Ramon confirmou que as filhas o casal presenciaram a briga que terminou na morte da mãe. Ele alegou estar enfrentando problemas financeiros e psicológicos, desde que acumulou dívidas com a gráfica que possuía, e que já havia tentado suicídio anteriormente.