Taxa de juros cobrada de brasileiros sobe 12% no ano e tende a aumentar

O crescimento supera qualquer outro índice econômico nacional

[Taxa de juros cobrada de brasileiros sobe 12% no ano e tende a aumentar]

FOTO: Reprodução/G1

O mês de setembro registrou novos aumentos nas taxas de juros em todas as operações de crédito no país e a tendência é que eles não parem de crescer nos próximos meses, conforme avaliação da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças).

Dados da associação revelam que de janeiro a setembro de 2021 a taxa de juros média para pessoa física teve uma elevação de 11,61 pontos percentuais (ou 12,54%), saindo de 92,59% ao ano para astronômicos 104,20%.

O crescimento supera qualquer outro índice econômico nacional. Fica bem acima da inflação do período, por exemplo, de 6,90% nos nove meses, fortalecendo a dificuldade dos brasileiros que dependem de novos empréstimos e financiamentos em um momento de poucos empregos, baixos salários e crise econômica.

O diretor-executivo de estudos e pesquisas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, disse que para evitar o risco de comparar abacaxi com banana, o mais correto seria usar apenas taxas de juros diferentes.

"Uma coisa são os preços, que seguem lógicas de mercado para chegar ao aumento, outra são as taxas de juros, definidas pelas instituições", explica o economista.

Sendo assim, quando comparadas as taxas médias aplicadas aos cidadãos brasileiros com a Selic, definida pelo Banco Central e que serve de base para o reajuste de todas as operações de crédito do país, é visto que as primeiras ainda possuem um grande campo para subir nos próximos meses.

Isso acontece porque a Selic desde o início do ano saltou de 2,00% para 6,25%, com 212,50% de aumento, cerca de 16 vezes mais que a evolução dos juros para pessoa física, que ficou em 12,54%.

Se os juros de instituições financeiras e bancárias resolverem se aproximar da Selic, a incapacidade de pagar as contas pode bater recordes no país.

Segundo Miguel Ribeiro, “essa provável inadimplência pode ocorrer por causa do fim das carências nos empréstimos (pausas e carência nas negociações de dívidas), desemprego elevado, fim do pagamento dos auxílios emergenciais, elevação da inflação e seus efeitos na renda e maior seletividade dos bancos na concessão de crédito”.


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