TCU identifica R$ 2,7 bilhões em benefícios previdenciários pagos a mortos desde 2016
Em relatório, Corte indica correção de falhas em sistema que registra dados de pessoas mortas

Foto: Agência Brasil/Rafa Neddermeyer
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou falhas graves na base de dados do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), responsável por reunir registros de mortes no país. Entre 2016 e 2024, foram pagos R$ 2,7 bilhões a pessoas já mortas, sendo 91% desse valor referente a benefícios previdenciários.
Os dados mostram ainda que o pagamento a pessoas mortas foi de R$ 1,7 bilhão de 2000 a 2015, totalizando pelo menos R$ 4,4 bilhões de 2000 a 2024.
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Somente em fevereiro de 2025, último mês analisado pela auditoria, foram constatados R$ 21,2 milhões em pagamentos previdenciários para mais de 11 mil pessoas que constam como mortas no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
O levantamento também apontou inconsistências no programa Bolsa Família. Em fevereiro de 2025, foram pagos R$ 580 mil a 971 beneficiários com registro de mortes no SIM.
Para corrigir as falhas, o TCU recomendou a regularização e atualização do banco de dados do Sirc, além do cruzamento das informações com outras bases oficiais, como forma de evitar novos pagamentos indevidos.