"Tem que ter um basta o tema das fake news", diz Rodrigo Maia

Presidente da Câmara dos Deputados ainda disse que a Comissão precisa voltar a funcionar porque o tema é "muito sério"

Por Juliana Dias
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"Tem que ter um basta o tema das fake news", diz Rodrigo Maia

Foto: Reprodução

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (3), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defendeu o retorno da CPI Mista das Fake News, que está paralisada por conta do trabalho remoto adotado durante a pandemia da Covid-19 no Brasil. "Tem que ter um basta o tema das fake news", afirmou Maia e colocou que a Comissão precisa voltar a funcionar porque o tema é "muito sério". Para Maia, é preciso desenvolver um texto que respeite as plataformas digitais (Whatsapp, Telegram, Facebook, Instagram e Twitter, por exemplo) e garanta a punição para quem usá-las para transmitir informações falsas que afetam as instituições democráticas e a honra das pessoas. Ele chegou a comentar sobre fake news que atingiram parlamentares durante a pandemia.

"Esse tema da fake news tem atingido a nossa democracia, a nossa liberdade, o nosso direito de crítica. Nós precisamos de uma Lei em que o direito de todos seja respeitado. Hoje, o direito de uma grande parte da sociedade não é respeitado, porque se usam fake news, utilizam robôs, financiam a viralização do ódio, isso gera constrangimento, dificuldades e também um caminho de tentativa de gerar críticas e rejeição ao Parlamento e ao Supremo Tribunal Federal. Então, isso não é contra o governo. É a favor do governo e da democracia ter uma lei que mostre o caminho do dinheiro que financia isso, dê transparência ao processo e responsabilize as plataformas, que não podem se omitir da sua responsabilidade quando milhões de informações falsas passam por elas e nada acontece", detalhou.

Ele também comentou o relatório com informações da Secom da Presidência da República, que mostra que, entre 06 de junho e 13 de julho de 2019,  mais de 65 mil canais receberam R$ 2 milhões em publicidade do governo, entre eles, alguns que veiculam fake news e até pornografia. "A CPI está investigando e encaminhará um relatório ao Ministério Público, que pode avaliar se há  distorção ou desvio de finalidade de dinheiro público, que deveria ser informar e não desinformar a sociedade", falou.

Retorno do trabalho presencial no Parlamento

Maia avaliou que há possibilidade de retornar os trabalhos presenciais na Câmara em julho, mas disse que o assunto está em discussão e que não se pode voltar enquanto a curva de contaminação pelo novo coronavírus no Brasil continuar a crescer.  "Talvez o mês de julho seja o mais adequado", adiantou e disse que entre os pontos a serem considerandos está a questão de como será o trabalho de deputados que têm mais de 60 anos ou comorbidades, que fazem parte do grupo de risco da doença, bem como evitar a transmissão dentro do Plenário, onde os 513 deputados se reúnem.

O presidente da Câmara ainda comentou que as votações remotas ajudaram no controle do vírus e comentou ser contrário à realização de manifestações de rua durante a pandemia. Ele avalia que a violência registrada nos atos recentes tampouco serve como justificativa para o retorno do ministério da Segurança Pública (que faz parte do Ministério da Justiça) e é uma demanda de deputados que atuam pela segurança pública, a chamada "bancada da bala".

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