Testagem de gestantes para HTLV-1 poderia evitar infecção de mais de mil bebês por ano
Retrovírus da mesma família do HIV pode causar doenças graves

Foto: Reprodução/Pixabay
Um estudo feito por cientistas da Imperial College de Londres, em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia, aponta que a implementação de políticas públicas na prevenção da transmissão do HTLV-1 por aleitamento materno no Brasil evitaria a infecção de mais de mil crianças por ano.
O Ministério da Saúde recomenda a suspensão do aleitamento para mães com HTLV-1, mas a testagem não é oferecida para gestantes no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa intervenção do aleitamento reduz o risco de transmissão do vírus para a criança, prevenindo cerca de 85% das infecções.
No entanto, os pesquisadores avaliaram que, caso fosse implementada a testagem massiva de gestantes para o HTLV-1, entre 41 e 207 crianças por ano deixariam de desenvolver a leucemia de células T do adulto, tipo de câncer gerado pelo HTLV-1, altamente agressivo e geralmente fatal. Além disso, cerca de 31 a 93 casos da mielopatia associada ao HTLV-1 – doença progressiva que afeta a medula espinhal – também seriam prevenidos.
O vírus linfotrópico de células T humano do tipo 1 (HTLV-1) é um retrovírus da mesma família do HIV e pode causar doenças graves. Esse vírus tem vias de transmissão semelhantes ao HIV, podendo contaminar uma pessoa pela via sexual desprotegida, por objetos perfurocortantes ou pelo aleitamento materno. Atualmente, estima-se que cerca de 800 mil a 2,5 milhões de brasileiros são portadores do vírus.