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Teste de 1.500 quilômetros com o Renault Kwid elétrico

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Teste de 1.500 quilômetros com o Renault Kwid elétrico

Feito para rodar na cidade, subcompacto é eficiente e gasta pouca energia

Por Marcos Camargo Jr.
Teste de 1.500 quilômetros com o Renault Kwid elétrico
Foto:

O novo Renault Kwid E-Tech é o primeiro carro elétrico popular da marca francesa vendido no Brasil. E vem emplacando, aos poucos, seu lugar ao sol. Só em dezembro de 2022 foram quase 600 unidades entregues ao preço unitário de R$ 146,9 mil. Apesar de ter um acabamento simples, espaço para apenas quatro pessoas e um pequeno porta-malas, o modelo é ideal para quem roda o dia todo pela cidade e quer gastar pouco. O Farol da Bahia fez um longo teste de 1.500 quilômetros rodados com o modelo eletrico que é um dos mais em conta do país. O pequeno hatchback elétrico tem motor de 65cv e autonomia para rodar até 298 km.

Durante esse período de testes fizemos recargas em wallbox residencial, tomadas e até mesmo em pontos de alta potência. Mas boa parte das recargas foi feita apenas em uma tomada doméstica como mostramos no começo deste ano. Já nos outros 15 dias, o hatch foi carregado somente em locais públicos, para testar a complexidade de como é ter um veículo 100% elétrico no Brasil. E embora o teste tenha sido feito em São Paulo, a realidade dos pontos de recarga escassos é a mesma vista na Bahia especialmente Salvador.

Para muita gente o uso diário de um carro elétrico ainda é uma grande incógnita, mas a prática do dia a dia não é muito diferente de um carro a combustão. Na prática é preciso apenas programar as paradas para recarga. No caso do Renault Kwid E-Tech é como andar com o Kwid convencional, sendo que a única diferença é o barulho e o torque imediato, fazendo o pequeno hatchback eletrificado subir ladeiras sem muito esforço e ter arrancadas melhores do que o modelo a combustão, o que torna o guiar muito mais divertido e sem sufoco. 

Claro, "encher o tanque" do Renault Kwid E-Tech é diferente e requer uma certa programação do motorista. Hoje em dia, é possível carregar o modelo em diversos locais públicos e privados. Inclusive, tem aplicativos que podem facilitar a vida do condutor, mostrando pontos de recarga espalhados pela cidade. Na prática isso nem sempre é possível pois já existem vários modelos elétricos que também requerem carga em shoppings, supermercados e praças públicas. O ideal é ter mesmo uma tomada aterrada residencial ou wallbox e recarregar o Kwid em casa à noite.

Ao longo desses dias de avaliação, o Farol da Bahia optou por carregar o Kwid elétrico em uma grande rede de atacadista brasileiro, que oferece postos elétricos pela capital paulista e grande São Paulo. Por não ter um carregamento rápido, mas sim uma tomada de até 11 kWh, a estratégia adotada foi sempre abastecê-lo logo após chegar aos 50% de bateria consumida, o que ainda confere uma autonomia de aproximadamente 150 km. Portanto, para chegar aos 100% leva em média 2h, o que é um tempo perfeito para fazer compras e tomar um café.

Contudo, é preciso ficar atento em alguns "poréns". O Renault Kwid E-Tech aceita uma entrada máxima de energia de até 30 kWh. Então, não adianta utilizar uma tomada super rápida, que ele não vai usar a potência máxima do equipamento. Foi o caso dos pontos da Porsche que existem em SP e operam com 350kw sendo que a entrada de potência do Kwid é bem inferior a isso. Outra questão é que para carregá-lo o ponto de tomadas deve ser aterrado, caso contrário o sistema bloqueia o carro por proteção e a recarga é interrompida. Por isso, é importante saber onde vai passear “fora do perímetro seguro” para não ficar parado na rua sem bateria. 

Dito tudo isso, o Renault Kwid E-Tech pode rodar até 298 quilômetros com uma carga na bateria, que tem 26,8 kWh, sempre no modo Eco onde a potência é reduzida para 45cv. Rodando pela cidade e pela estrada a autonomia cai para 265km ou somente em estrada fica em torno dos 220km. Com esses números, o modelo é ideal para quem utiliza o carro para trabalhar pela cidade e, também, fazer viagens curtas. Claro, quem for pegar a estrada para outra região tem que ver onde tem pontos de recarga de veículos elétricos para não ficar na mão. 

Ficha técnica e equipamentos
O Renault Kwid E-Tech vem equipado com um motor elétrico de 65 cv com torque de 11,5 kgfm. A transmissão tem apenas três marchas, sendo uma para 
frente, outra de reverso e uma neutra, que é o famoso ponto morto, ou seja, é simples de guiar. O modelo faz de zero a 100 km/h em 14,6 segundos e atinge a velocidade máxima de 130 km, o que o torna divertido no dia a dia. 

O Renault Kwid E-tech mede 3,73 metros de comprimento, 2,42 metros de entre-eixos, 1,50 metro de altura e 1,57 metros de largura. O porta-malas tem apenas 290 litros de capacidade e uma bolsa com o cabo para carregá-lo em uma tomada doméstica, o que não atrapalha para levar as compras do supermercado ou até umas três malas pequenas. 

Em relação aos equipamentos, o Renault Kwid E-Tech traz uma central multimídia Media Evolution de 7 polegadas com conexão com Android Auto e Apple CarPlay, painel de instrumentos com uma pequena tela que serve de computador de bordo, mostradores de quando os freios estão carregando a bateria e quando o motorista está gastando mais a bateria, freios ABS, câmera de ré, controle de tração, faróis com regulagem de altura, monitoramento de pressão dos pneus, sensores de estacionamento traseiro, controle de estabilidade, ar-condicionado, cintos de segurança com ajuste de altura, entre outros.

Vale a pena?
Certamente, o Renault Kwid E-Tech vale a pena pela economia, uma vez que é possível carregá-lo em pontos públicos ou até privados sem gastar um real. Já em casa uma recarga completa custa em torno de R$ 30, como já mostramos em reportagem no começo de janeiro. Contudo, é preciso saber que o pequeno hatchback deixa a desejar por ter um acabamento simples, pouco espaço para os passageiros que vão sentados nos bancos traseiros e uma ergonomia para o motorista, que não é muito boa.

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