Transporte público é o "grande vilão” da transmissão da Ômicron, afirma SBCC

Segundo estudo, seria necessário injetar quase 2,5 vezes a mais de ar novo por segundo para evitar contaminações

Por Da Redação
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Transporte público é o "grande vilão” da transmissão da Ômicron, afirma SBCC

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Um estudo feito pela Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação (SBCC), e divulgado pela CNN, mostrou que o 'grande vilão' da disseminação da Ômicron é o transporte público. Segundo a análise, a taxa de renovação de ar no interior desses veículos é insuficiente para a eliminação eficiente das gotículas contaminadas pelo vírus.  

“A contaminação no transporte público acontece pelo ar, mesmo com as pessoas utilizando máscara. Não há renovação de ar principalmente nos veículos com ar-condicionado, o que torna muito grande a chance de contágio pela Covid-19“, disse o diretor do SBCC e especialista em climatização e refrigeração, Ricardo Salles.

“A solução é simples, mas existe um conflito de interesse. O que precisamos fazer é abrir a renovação de ar desses veículos. Financeiramente isso não é inteligente para as empresas, porque se gasta muito mais combustível e não é lucrativo. Mas na prática é fundamental para mitigar as contaminações dentro desses transportes”, completou.

A pesquisa dá o exemplo de um ônibus, com capacidade máxima de ocupação de 45 passageiros sentados e 50 em pé. Ele deveria injetar no interior do veículo aproximadamente 243 litros de ar novo a cada segundo para evitar contaminação. Mas na prática, o valor é muito inferior, cerca de 100 litros por segundo.

O professor da Faculdade de Estatística da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói e pós-doutor em Epidemiologia, Márcio Watanabe, salienta que os veículos coletivos apresentam todas as condições necessárias para uma grande disseminação de Covid-19. Ele faz uma comparação entre o transporte público e os restaurantes.

“Certamente o transporte público é um grande meio de contaminação. As janelas da maioria dos ônibus hoje em dia não abrem e ao menos nos grandes centros urbanos vemos enorme aglomerações dentro de ônibus, metrôs e trens”, diz Watanabe, em entrevista à CNN.

“Ou seja, todos os ingredientes para grande disseminação de vírus de transmissão respiratória como o Sars-Cov2. A chance de se contaminar aumenta com a má circulação do ar e com a densidade de pessoas no local. O ônibus e o metrô lotados têm uma densidade de pessoas que passa de 10 vezes ou mais do que em um restaurante cheio”, argumentou.

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