Três maiores estatais perderam quase R$ 100 bilhões em valor de mercado em 2021, aponta levantamento
Petrobras, Eletrobrás e Banco do Brasil têm em comum o fato de terem passado por trocas de comando

Foto: Reprodução/Diário da Manhã
As três principais estatais brasileiras perderam quase R$ 100 bilhões em valor de mercado apenas neste ano, segundo o estudo da Economatica. O levantamento realizado pela provedora de informações financeiras monitorou o desempenho das ações da Petrobras, da Eletrobras e do Banco do Brasil.
Desde o início de 2021, as estatais têm uma história em comum: elas passaram por trocas de comando promovidas pela gestão Jair Bolsonaro (sem partido) em meio a incertezas sobre o futuro dos negócios. Além de perder valor de mercado, as três companhias têm desempenho pior que o de rivais do mesmo do setor no mercado acionário.
Neste ano, a Petrobras perdeu 22,5% (ou R$ 68,6 bilhões) em valor de mercado, em meio a indicação do general Joaquim Silva e Luna para substituir Roberto Castello Branco no comando da petroleira. Em dólar, a queda é ainda mais expressiva, de 34,5%.
No último dia 18, foi a vez de André Brandão renunciar ao cargo de presidente do Banco do Brasil após o anuncio de um programa de demissão voluntaria para 5 mil funcionários e o fechamento de 361 unidades, incluindo mais de 100 agências.
Para o lugar de Brandão, o governo indicou Fausto de Andrade Ribeiro, funcionário de carreira da empresa que será o terceiro a assumir o banco durante o governo Bolsonaro. Os papeis do BB também estão sofrendo mais do que as ações de seus pares.
Bradesco, Santander e Itaú tiveram quedas de 2,6%, 10,3% e 11,7% em valor de mercado neste ano, respectivamente, enquanto que o banco público perdeu 30,8%. Já na Na Eletrobras, a saída de Wilson Ferreira foi justificada por razões pessoais, mas, dias depois, o executivo foi indicado para comandar a BR Distribuidora. ??????
No setor elétrico, a Eletrobras tem o pior desempenho em relação a valor de mercado, de acordo com a Economatica: queda de 8,5%. A rival Eneva, por exemplo, viu seu valor aumentar 5,6%. Já CPFL, Engie Brasil e Equatorial tiveram quedas mais brandas, de 7,5%, 6,6% e 1,4%, respectivamente.