Twitter recua para disfarçar o fato de não ter conseguido retirar os selos de verificados

O Twitter não removeu o selo de verificação de perfis de pessoas que não aceitaram integrar o Twitter Blue, a versão paga da rede social. A alteração estava programada para valer a partir de 1º de abril, mas os planos detalhados por Elon Musk, o CEO e dono da plataforma, foram bem diferentes na prática.

Os planos da companhia parecem ter sido alterados devido a mudanças de última hora e um recuo por parte do próprio Musk. Para começar, quase ninguém perdeu a verificação realmente.

Na verdade, o que o CEO ordenou foi uma mudança na descrição do ícone: ele agora não diz se o selo foi concedido porque a pessoa é assinante do Twitter Blue ou se ela estava previamente nessa categoria por ser uma pessoa ou empresa de relevância em alguma área.

Segundo o jornal The Washington Post, que conversou com uma fonte confiável que tinha acesso aos códigos da plataforma, a remoção massiva do selo de verificação é muito difícil na base atual de dados do Twitter, o que mostra que um dos problemas encontrados foi técnico.

Fora isso, o jornalista Matt Binder, do site Mashable, descobriu um tweet feito pelo CEO na madrugada de domingo (2) e apagado logo depois. Nele, o empresário muda o prazo, diz que vai manter o selo "por umas semanas a mais", dando tempo para que os atuais verificados entrem no Twitter Blue (e isso não foi registrado massivamente até agora)

A única conta que de fato perdeu o ícone, até o momento, foi o jornal The New York Times. Pouco tempo depois do bilionário falar sobre o assunto de retirada de selo caso não houvesse pagamento pelo Twitter Blue, a verificação sumiu do veículo de mídia, mais um indício de que o processo pode ser manual.

Musk é desafeto da imprensa tradicional (tanto que desativou os atendimentos a jornalistas no próprio Twitter) e passou a falar mal da empresa em seu próprio perfil após ordenar a remoção do selo. Outras companhias e personalidades que já confirmaram que não pagarão pelo Blue, como a própria Casa Branca, a CNN e o astro do basquete LeBron James, ainda permanecem verificados.