Uso de minas terrestres cresce em 2022, aponta relatório
Maiores vítimas são civis e crianças

Foto: Icbl/Sean Sutton
Dados do Monitor de Minas Terrestres de 2022 mostram que pelo menos sete tipos de minas antipessoais foram usados desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro. O relatório revela também que as minas terrestres serviram de armas para forças de Mianmar contra diversas infraestruturas, como torres de telefonia móvel, empresas extrativas e oleodutos.
O Monitor reúne dados de meados de 2021 a outubro de 2022. Além da Rússia e de Mianmar, que não fazem parte do Tratado de Proibição de Minas, também foi detectado o uso por grupos armados não estatais em pelo menos cinco países: Colômbia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Índia e Mianmar.
Baixas
As baixas causadas por minas terrestres e restos de explosivos de guerra têm causado preocupação nos últimos sete anos pelo alto número, revertendo uma tendência de reduções históricas. Os civis são a maioria das vítimas, metade eram crianças.
A Organização das Nações Unidas (ONU) tem observado desde 2015 um aumento de conflitos e contaminação por minas improvisadas. No ano passado, foram pelo menos 5.544 vítimas, com 2.182 mortes e 3.355 feridos. A Síria, que não firmou o tratado, registrou o maior número de baixas anuais, com 1.227, pelo segundo ano consecutivo.
Em seguida, vem o Afeganistão, com 1.074 atingidos. O país teve mais de mil baixas anuais por mais de uma década. Outros Estados-Partes com mais de 100 baixas registradas em 2021 foram Colômbia, Iraque, Mali, Nigéria e Iêmen. O Monitor identifica 11 países como produtores de minas antipessoais: China, Cuba, Índia, Irã, Mianmar, Coreia do Norte, Paquistão, Rússia, Cingapura, Coreia do Sul e Vietnã.