Vale recorre contra indenização de R$ 1 milhão por trabalhador morto em Brumadinho
Desastre em 2019 matou 270 pessoas

Foto: Agência Brasil
A mineradora Vale recorreu, na última segunda-feira (5), da decisão judicial que prevê o pagamento de R$ 1 milhão em danos morais por trabalhador morto no rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Na decisão, a mineradora alega que o valor estipulado seria "absurdo". Além disso, os advogados da Vale pedem que a ação civil pública seja considerada improcedente.
Em junho deste ano, a Justiça do Trabalho condenou a empresa e ordenou o pagamento devido à tragédia, que aconteceu em janeiro de 2019 e matou 270 pessoas. A indenização "para reparação do dano-morte", de acordo com o órgão, deveria ser recebida por espólios ou herdeiros das vítimas que, segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração de Ferro e Metais Básicos de Brumadinho e Região, são 131. A indenização beneficia apenas as famílias desses 131 trabalhadores porque eles eram ligados diretamente à Vale.
No recurso, entretanto, os advogados da Vale pedem que 21 dos 131 trabalhadores mortos sejam removidos da ação, alegando que não compõem a categoria do sindicato. Também pedem pela exclusão de trabalhadores que já entraram com ações individuais ou fizeram acordos com a empresa, com cláusula de quitação.
Maximiliano Garcez, advogado do Sindicato Metabase Brumadinho, criticou a Vale por recorrer da decisão de primeira instância. "Recorrer a condenação em valor diminuto, especialmente se comparado com seus lucros, acerca de dano moral terrível sofrido pelos mortos, demonstra profunda insensibilidade", disse ele, em nota, acrescentando que a empresa "continua com a mesma ganância, que gerou tanto sofrimento humano".


