Venda de vinhos dispara no Brasil em meio a pandemia
Produtores tentam manter os novos consumidores

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Não houve ano melhor para a venda de vinhos no Brasil que 2020. Diferente do restante da economia, as políticas de isolamento social contra a disseminação tiveram papel importante para impulsionar os negócios. Com o setor de eventos paralisado e fechamento de bares e restaurantes, o vinho ganhou espaço ao se tornar a escolha de bebida para momentos de lazer em casa.
Dados da Ideal Consulting mostram que a comercialização mensal da bebida em julho deste ano alcançou 63,4 milhões de litros (três vezes mais que o mês de março, com 21,3 milhões). Foram os meses em que o isolamento foi mais forte no país. De janeiro a agosto, foram 313,3 milhões de litros, 37% mais que no mesmo período do ano passado.
A exceção foram os espumantes, muito ligados às festas e comemorações. No período, houve queda de 5% nas vendas, de 9,3 milhões para 8,8 milhões de litros. De qualquer forma, trata-se do melhor resultado da série histórica. O recorde mensal de julho é 32% maior que a melhor marca anterior à pandemia, de outubro de 2019.
O desafio de produtores de vinhos, agora, é manter a clientela. Dados de agosto mostraram uma queda de 21% em relação ao mês anterior, escancarando uma desaceleração do setor junto com a abertura da economia. "Esse volume de crescimento não vai se manter, mas deve cair para um patamar acima do que estava em 2019", diz Felipe Galtaroça, CEO da Ideal Consulting.