Vereador de Salvador denuncia crime ambiental na Bacia do Paraguaçu
Marcos Mendes (PSOL) afirma que o governo da Bahia está em "conluio" com o agronegócio

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O vereador e candidato à reeleição, Marcos Mendes (PSOL), presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, afirma que o governo do Estado em "conluio" com o agronegócio está plantando batatas nas nascentes dos rios de Contas e Cochó, na região da Chapada da Diamantina, município de Piatã.
De acordo com o parlamentar, o plantio configura-se como "crime ambiental" por destruir nascente, trazendo prejuízos à flora e a fauna locais, além de contaminar as águas da Bacia do Paraguaçu com os agrotóxicos.
"Eles estão plantando as batatas próximas às nascentes dos rios que banham a bacia do Paraguaçu. Esse empreendimento está promovendo desmatamento local, remoção da terra, estão usando trator e produtos químicos. Ou seja, estão destruindo as nascentes e todo o entorno", afirma Mendes, que também é ambientalista, geólogo de formação e mestre em Geologia Ambiental pela UFBA.
O vereador pontua que esse crime ambiental na Chapada Diamantina possui relação direta com a capital baiana, pois as águas da bacia do Paraguaçu são responsáveis pelo abastecimento de Salvador. O parlamentar ressalta que uma pesquisa recente constatou que, mais de 350 municípios da Bahia, estão com as águas contaminadas por causa dos agrotóxicos.
"Existe uma interconexão entre as águas. Quando as águas superficiais estão contaminadas com os agrotóxicos, elas se infiltram subterraneamente e os vários aquíferos acabam se interconectando e vão contaminando uns aos outros", explica.
Marcos Mendes afirma ainda que o governo de Rui Costa possui uma "relação íntima" com o agronegócio, que destrói o cerrado e a Mata Atlântica do Estado. O edil salienta que a Bahia é um dos Estados que mais desmata Mata Atlântica e Cerrado no país e, em 2019, a Bahia ficou em segundo lugar em desmatamento da Mata Atlântica "perdendo" apenas para Minas Gerais.
"Infelizmente, estamos liderando também no desmatamento do cerrado, principalmente, por causa do agronegócio no Oeste da Bahia e expulsando das terras as comunidades quilombolas, indígenas, agricultores familiares e pequenos camponeses. O Governo do Veneno vem poluindo as águas superficiais, as águas subterrâneas poluindo o solo, o ar, as pessoas. Então, existe uma articulação do Governo do Estado com o agronegócio para beneficiar as grandes empresas e, inclusive, o abastecimento humano está sendo extremamente prejudicado", alerta Marcos Mendes.