Vice-presidente do Patriota diz que 'Bolsonaro não terá segurança para ser candidato à reeleição'
Ovasco Resende é o principal entrave à filiação do presidente à legenda

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O vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, disse ao jornal O Globo que não acredita que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vá “entrar em um partido dividido”, uma vez que ele não teria “segurança nenhuma” de que sua candidatura à reeleição seria mantida. Além disso, Ovasco Resende, principal entrave à filiação de Bolsonaro à legenda, afirmou que o presidente do Patriota, Adilson Barroso, “usou Bolsonaro” para dar um “golpe”. Atualmente, Resende contesta judicialmente mudanças no comando feitas por Adilson Barroso, que filiou o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e direcionou o apoio da legenda à campanha de reeleição de Bolsonaro na última segunda-feira (31).
“Não acredito que Bolsonaro vá entrar em um partido dividido e no qual o próprio presidente da legenda age de forma sorrateira. Bolsonaro não tem segurança nenhuma de que Adilson vai manter sua candidatura à reeleição em 2022. Se aparecer um candidato mais forte nas pesquisas, Adilson pode tirar a legenda e apoiar outro nome”, disse Ovasco.
Ainda na entrevista, Ovasco Resende alegou que Barroso não mantém palavra sobre acordos. Apesar de oficialmente dizer que consultará as bases antes de tomar a decisão, Bolsonaro aguarda os movimentos da Justiça. Resende diz que, se Bolsonaro não sentar com seu grupo político, haverá dissidência e sua ala apoiará outro nome ao Planalto. O vice-presidente do Patriota afirma “não ter nada contra Bolsonaro”, mas alega que seu grupo não foi consultado sobre a filiação de Flávio, tampouco sobre o apoio à reeleição do presidente em 2022. “Várias pessoas vieram falar comigo: ‘Sou bolsonarista e não concordo com o que fizeram com você na convenção’”, afirmou.
O vice-presidente do Patriota pretende recuperar os cargos que perdeu na Executiva nacional após a convenção da semana passada e cobra o controle de oito diretórios estaduais: Rio, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Amapá, Acre, Bahia, Distrito Federal e Santa Catarina. Segundo ele, esse foi um acordo feito quando seu então partido, o PRP, fundiu-se ao Patriota, de Barroso, após as eleições de 2018.