Vídeo: PL vai recorrer de decisão de Motta que barrou Eduardo Bolsonaro na liderança da minoria
Sóstenes Cavalcante afirmou que presidente descumpriu acordo por pressão externa

Foto: Agência Brasil/Lula Marques
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, afirmou nesta terça-feira (23) que o partido vai recorrer à Mesa Diretora contra a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que barrou a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a liderança da minoria.
Em coletiva, o parlamentar disse que havia um acordo com Motta para que Eduardo substituísse a deputada Carol de Toni (PL-SC) no cargo, mas que o presidente da Câmara recuou após os Estados Unidos ampliarem a aplicação da Lei Magnitsky à esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Ontem, após a aplicação da Lei Magnitsky contra a esposa do ministro Alexandre de Moraes, recebi uma ligação de Hugo Motta dizendo que não poderia mais cumprir o compromisso que fez. Ele não me afirmou, mas fiquei com esse entendimento. Achei estranha a mudança de postura”, afirmou.
Sóstenes também rebateu a declaração de Motta de que não foi informado sobre a saída de Eduardo Bolsonaro para morar nos Estados Unidos.
“Hugo Motta passou uma informação equivocada à imprensa. Ele disse que Eduardo nunca o comunicou da sua saída do país, o que é um erro. Existem oito comunicados oficiais enviados pelo deputado à presidência da Casa”, afirmou.
Entenda
O veto de Hugo Motta à indicação de Eduardo Bolsonaro como líder da minoria foi publicado nesta terça-feira (23) no Diário Oficial da União. No parecer, o presidente da Câmara justificou a decisão ressaltando que líderes parlamentares precisam estar presentes fisicamente no Congresso.
Eleito por São Paulo, Eduardo Bolsonaro está nos EUA desde 27 de fevereiro. Ele ficou licenciado entre 18 de março e 20 de julho, mas desde então as ausências passaram a ser contabilizadas como faltas.
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A nomeação de Eduardo como líder da minoria é considerada uma estratégia do PL para evitar que ele perca o mandato por excesso de faltas, já que líderes não são obrigados a registrar presença nas sessões.
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