Vídeo: Vice-prefeita é filmada recebendo suposta propina

As investigações também levantam suspeitas quanto ao envolvimento da sua irmã, que ocupou o cargo de Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) no mesmo município.

Por Da Redação
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Vídeo: Vice-prefeita é filmada recebendo suposta propina

Foto: Reprodução

A vice-prefeita da cidade de Marituba (PA), Bárbara Bessa Marques (MDB), foi filmada por câmeras de segurança de uma agência bancária localizada dentro da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) recebendo suposta propina. As informações são da coluna Fabio Serapião do METRÓPOLES.

As gravações obtidas no âmbito da Operação Expertise da Polícia Federal (PF) , que teve a segunda fase deflagrada na última quinta-feira (09), reforçam as suspeitas da participação da vice nos desvios de quase R$ 200 milhões das áreas da Saúde e Educação no Pará.

“Há fortes indícios de que Bárbara Bessa Marques, vice-prefeita de Marituba/PA, tenha recebido valores em espécie acondicionados em uma sacola”, afirmou a instituição.

O que mostram as imagens

As imagens obtidas pela Polícia Federal mostram Jacélio Faria da Igreja, sócio de um das empresas sob suspeita, a Líder Engenharia, na agência do banco Sicoob, localizado na Alepa, no dia 20 de agosto de 2025.

Uma funcionária do banco entrega a Jacelio uma sacola vazia, onde supostamente é utilizado para colorado dinheiro retirado no caixa. Por volta das 16h a sacola é colocada no porta- malas do veículo em que o empresário chegou na agência, um Toyota SW4.

É neste momento que Bárbara Bessa aparece nas imagens saindo de Toyota Corolla e seguindo até o carro do empresário. Durante os aproximados cinco minutos em que ela permanece no automóvel, Jacélio retira a sacola com suposto dinheiro do porta-malas e volta para o interior do veículo.

Em seguida, a vice é filmada saindo do veículo com a sacola nas mãos e retornado ao Corolla, que saí do local logo depois.

De acordo com a PF, as filmagens são uma evidência da “entrega disfarçada de valores ilícitos à referida agente pública, imediatamente após o saque bancário”.

Além disso, as imagens levantaram a suspeita de que a irmã de Bárbara, Beatriz Marques, também esteja envolvida na ação, como aponta o relatório da corporação.

“Considerando que Bárbara Marques desceu do carro e logo em seguida o veículo foi manobrado e que ele está em nome de sua irmã Beatriz Marques, partiu-se do pressuposto que Beatriz Marques conduzia o veículo”, concluiu.

Beatriz, inclusive, é servidora pública de Murituba. ela ocupou o cargo comissionado de assessora especial na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas).

Bárbara, por sua vez, também exercia o cargo de Secretária Municipal de Educação (Semed). Como atribuição, ela ainda tinha a responsabilidade de administrar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que também está sob investigação por celebração de contratos públicos “suspeitos e potencialmente fraudulentos, custeados com recursos federais da educação” .

Dentre os contratos, está um celebrado com a Líder Engenharia, que teve adesão considerada irregular pela PF. Pelos menos R$13 milhões do contrato de R$20 milhões, foram pagos com verbas do Fundeb.

Enquanto um decreto de prisão preventiva já foi expedido para Bárbara, que também foi exonerada do cargo na última quinta-feira; Beatriz teve a suspensão do exercício de função pública determinado pela Justiça Federal

Manifestações

A prefeitura de Marituba se manifestou por meio de nota afirmando que está colaborando nas investigações e que adotou todas as medidas necessárias “para garantir a transparência e contribuir com o pleno andamento das investigações”.

A Alepa, por sua vez, afirmou que não está sendo investigada e que o controle de acesso às áreas internas do local está em fase implantação. Já sobre a presença do empresário da Líder Engenharia, a Assembleia pontuou que na registro formal de entrada e que as agências bancárias oferecem atendimento ao público externo, o que justifica a circulação de visitantes.

Sobre a Operação Expertise

A Operação Expertise investiga crimes de uma organização criminosa cometidos contra a administração pública e lavagem de dinheiro, por meio da contratação fraudulenta de empresas por órgãos públicos estaduais e municipais do estado do Pará.

Os contratos celebrados utilizavam recurso federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Fundo Nacional de Saúde (FNS).

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