Vídeo: “Violência é uma escolha, e quem agride é criminoso”, afirma Tenente-Coronel Denice Santiago no Podomblé
Oficial da PM analisa avanços trazidos pela Lei Maria da Penha e critica naturalização da violência contra a mulher

Foto: Reprodução/FB Comunicação
No episódio do Podomblé com o tema 'Centro de Referência Étnico-Racial', a Tenente-Coronel Denice Santiago também falou sobre um tema urgente: a violência doméstica contra a mulher e o impacto transformador da Lei Maria da Penha na forma como a sociedade interpreta esses casos.
“Mulheres têm uma mania de dizer: ‘eu tenho dedo podre pra homem’. Seu dedo está bom. O podre é o homem, não é o seu dedo”, afirmou Denice, ao criticar a culpabilização feminina diante de relacionamentos abusivos.
Ela lembrou como, antes da criação da Lei Maria da Penha, a violência doméstica era minimizada: “Se eu perguntasse: existia violência doméstica e familiar contra a mulher? Em Salvador, o pessoal dizia: ‘não, existia não. Era briga de marido e mulher. E em briga de marido e mulher ninguém mete a colher.’”
Mas a lei mudou essa lógica: “Quando a Lei Maria da Penha chega, ela diz: o nome disso aí que vocês estão chamando de ‘briga de marido e mulher’ é violência doméstica. E isso é crime.”
Denice reforça que é preciso parar de humanizar o agressor e começar a chamá-lo pelo nome certo:
“No dia em que a sociedade entender que o agressor não é o bom pai, o bom filho, o amigo legal ou o profissional dedicado, e sim um criminoso — porque ele fez uma escolha —, tudo muda. Violência é uma escolha. Quem comete violência doméstica comete um crime. E tem que ser tratado como tal.”
O episódio está disponível no canal do YouTube FB Comunicação – Podcast.
Veja trecho: