Voto do ministro Luiz Fux no julgamento do núcleo golpista é apontado como contraditório por ministros do STF
O voto gerou surpresas nos demais ministros

Foto: Ministro Luiz Fux. Créditos: Fabio Rodrigues/ Agência Brasil
O voto do ministro Luiz Fux, na quarta-feira (10), pela absolvição de Bolsonaro durante o julgamento do núcleo da trama política, foi visto como contraditório pelos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo os ministros, a contradição está relacionada ao fato de o ministro ter votado pela não condenação do ex-presidente, depois de ter julgado 400 ações penais relacionadas ao 8 de janeiro, seguindo rigorosamente a posição de Alexandre de Moraes.
Assim, era esperado que Fux condenasse o ex-presidente pelos crimes de golpe e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito, apesentando divergências apenas em relação a alguns crimes, mas não foi isso que ocorreu.
A posição gerou surpresa nos ministros, bem como o uso de expressões como “choro dos perdedores”, ao se referir ao comportamento do ex-presidente após eleições de 2022. O tom político apresentando durante a análise dos crimes imputados à Bolsonaro também teria causado estranheza.
Por causa disso a situação tem sido referenciada como “novo garantismo”. Apesar de sempre ter votado de forma mais punitiva em relação a matérias de Direito Penal, o voto do ministro mostrou uma leitura “ao pé da letra da lei” e desconsiderando o conjunto de acontecimentos narrados em favor da análise fragmentada.
A expectativa é de que os próximos votos apresentem contraposições em relação ao voto de Fux.