Wajngarten e advogado de Bolsonaro depõem à PF sobre suposta tentativa de obstrução de Justiça
Advogado Eduardo Kuntz, que defende o Marcelo Câmara, e o coronel também são ouvidos

Foto: Reprodução/TV Globo
O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Amador da Cunha Bueno, e o ex-assessor presidencial Fábio Wajngarten, são ouvidos pela Polícia Federal (PF), em São Paulo, nesta terça-feira (1º), sobre uma suposta tentativa de obstrução de Justiça no âmbito da investigação da tentativa de golpe de Estado.
Os depoimentos são realizados simultaneamente, e começaram às 15h. O advogado Eduardo Kuntz, que defende o coronel Marcelo Câmara, também é ouvido na sede da PF em São Paulo. Marcelo Câmara, acusado de participar da trama golpista, preso em Brasília, presta depoimento na sede da PF no mesmo horário.
A tomada de depoimentos foi determinada em um inquérito aberto na semana passada, para apurar se o réu Marcelo Câmara e Eduardo Kuntz tentaram obstruir as investigações da tentativa de golpe.
Segundo a PF, Bueno, Wajngarten e Kuntz fizeram uma tentativa “intensa” de falar com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e sua família para tratar de assuntos relacionados à delação premiada do tenente-coronel.
As informações foram levadas à Justiça pela defesa do militar. “As condutas narradas à autoridade policial indicam a prática, em tese, do delito de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”, disse o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.
A mãe de Mauro Cid, Agnes Barbosa Cid, disse à PF que foi abordada três vezes entre agosto e dezembro de 2023 por Kuntz. Em uma das ocasiões, ele estava acompanhado de Bueno.
Ainda segundo a defesa de Cid, Eduardo Kuntz procurou também insistentemente a filha menor de idade do tenente-coronel pelo WhatsApp e teria tentado convencê-la a apagar as mensagens.
Já Fabio Wajngarten teria feito uma “intensa tentativa” de contato com a família, abordando tanto a filha adolescente quanto a esposa de Cid, Gabriela.
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