Zambelli afirma que vai notificar o MP-BA e MPF para apurar denúncia contra Rui Costa
Denúncia de que governo estadual está negando medicamento para tratar covid-19 foi feita pelo vice-prefeito de Teixeira de Freitas

Foto: Secretaria de Saúde da Bahia
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) usou as redes sociais para afirmar que vai notificar o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e o Ministério Público Federal da Bahia (MPF) para apurar as denúncias de que o governador do estado Rui Costa estaria se negando a distribuir os remédios para o tratamento do novo coronavírus. A acusação ocorreu após o vice-prefeito de Teixeira de Freitas, Lucas Bocão, fazer um vídeo para desabafar da postura do dirigente referente a pandemia.
"Aqui temos um grupo de médicos que disponibilizaram gratuitamente medicamentos que estão sendo doados em um igreja pelo governo federal para que as pessoas possam usar para combater a covid-19, e o que está acontecendo? Esse grupo de empresários e esses médicos conseguiriam esses medicamentos e estão fazendo a entrega, e o núcleo de saúde do estado da Bahia e o governador Rui Costa estão atrapalhando", diz ele ao completar que no local houve uma pessoa tentando embargar a entrega dos remédios de Cloroquina, Hidroxicloroquina, Zinco e afins. Além disso, ele afirmou que esse representante estaria indo a pedido do governador para coagir as farmácias ameaçando caçar o alvará caso não fosse suspensa a entrega dos remédios.
Após a acusação, o estado se posicionou através de um comunicado publicado no site Bahia contra o Fake, afirmando que "nada disso condiz com a realidade e com a responsabilidade com que o governador Rui Costa e o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, vêm conduzindo as ações na luta contra a Covid-19, atitudes que são reconhecidas e elogiadas em todo o Brasil, até mesmo por adversários do campo político”.
Mesmo com essa defesa, ainda de acordo com o vice-prefeito, na cidade houve um manifesto popular que impediu a ação. "Vocês estão errados, se o ministério da Saúde está dizendo que pode prescrever, pode prescrever e ponto final, a responsabilidade é do presidente da República, agora, não cabe o governador nem secretário de estado está ameaçando as pessoas aqui não. O medicamento tem que ser entregue sim a população, tem vários médicos prescrevendo. Então, me diga, o que os senhores têm mandado pra cá? Se os senhores não querem a ajuda dos empresários, médicos e da sociedade civil, a quem os senhores pedem votos na época da política, então mandem os remédios aqui para o povo, agora fica enganando e mentindo, ninguém aceita. Deixa as pessoas fazerem seu trabalho, deixa as doutoras e empresários, vocês estão incorretos, estão agindo com má fé, esse momento não é de politicagem nem cabo de guerra, vamos parar com essa coisa feia, se vocês querem união, vamos fazer união de estados e municípios, não essa politicagem barata e pilantragem que está sendo feita", conclui Lucas.
Anteriormente, na última segunda-feira, 13 de julho, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que as vigilâncias sanitárias do estado e do município de Teixeira de Freitas fizeram uma ação conjunta de fiscalização após outras denúncias de que uma igreja estaria distribuindo medicamentos controlados para a população. Em comunicado oficial, o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, disse que "não existe comprovação científica da eficácia desses medicamentos no combate ao coronavírus. Ao contrário do que alguns tem difundido, existem evidências de que os remédios podem fazer mal à saúde”, afirma ele, ao pontuar ainda que essas medicações são controladas e só devem ser liberadas com receita, o que contrapõe médicos que rebatem a colocação do secretário de saúde.
Em outra publicação, o médico afirmou que o uso dos remédios como Ivermectina e Profilaxia tem sido usado em pacientes a muito tempo de 15 em 15 dias. Ao final ele se referiu ao dirigente, dizendo que tem cuidado de muitos enfermos. "Que Deus o abençoe senhor governador, e nos deixe caminhar. Senhor governador e estou atendendo no meu consultório aproximadamente 40 pessoas, muitas em regime de gratuidade", esclareceu o urologista Modesto Jacobino quando contestou que o lockdown, usado para disseminação do vírus, também não teria "embasamento científico".
Em nota, a sesab disse que “as equipes de fiscalização impediram a distribuição, em virtude do local não possuir farmacêutico, nem alvará sanitário, bem como levaram para análise amostras dos medicamentos manipulados. Segundo a Sesab, o Ministério Público também foi acionado para avaliar a iniciativa e adotar as medidas cabíveis”.


