Marcelo Cordeiro
Acabe, casado com Jezabel, foi um rei de Israel. A Bíblia relata que ele teria sido o mais infame dos reis. Cometeu maldades inenarráveis contra o seu povo, provocou guerras e arruinou a fé com idolatria e culto aos deuses pagãos. Terminou castigado por Deus e morto por seus inimigos.
O próprio nome Acabe sugere o fim de uma monarquia marcada pela fome generalizada e violência contra os súditos.
Para destronar este rei perverso Deus ordenou a força, até que Acabe fosse defenestrado e morto. A lição bíblica nos ensina que devemos estar preparados para nos valer da força, a fim de defender a civilização, a menos que a nossa escolha seja admitir e aceitar o barbarismo.
A semelhança com os recentes acontecimentos, confrontando os Estados Unidos da América, sob a liderança de Donald Trump e a Venezuela do ditador Nicolas Maduro, prolongados por longos três meses, é uma demonstração de que o tempo é o capital utilizado pelos norte-americanos, com vistas a alcançarem seus objetivos. Os americanos estão convencidos de que “paciência e tempo dão mais resultados do que força e raiva”, em consonância com a famosa paródia de La Fontaine.
Maduro e sua entourage lideram o marcoterrorismo de Estado instalado na Venezuela, a fim de promover a distribuição de drogas na América do norte e submeter o povo a uma repressão cruel, razias e prisões ilegais, imigração forçada, torturas e à ditadura.
Depois de percorrer sucessivas e diferentes etapas no crescente cerco da Venezuela por cerca 30% da poderosa frota naval dos EUA, o Presidente Trump determinou o fechamento do espaço aéreo venezuelano. Para o Governo do ditador Maduro foi um ato ilegal e colonialista, enquanto o povo e as lideranças oposicionistas do país veem como mais um passo para a reconquista do estado democrático de direito.
O Governo norte-americana anuncia, no presente momento, a sua decisão de -uma vez considerado o cartel de Los Soles dirigido por Maduro uma associação narcotraficante -, de iniciar as ações militares em território venezuelano, visando eliminar o tráfico de drogas e restaurar o regime democrático.
Tais objetivos norte-americanos encontram decisivo apoio das correntes democráticas da Venezuela, exprimindo uma aliança solidária, destinada a somar os esforços despendidos pela população com a intervenção externa, sem que esta última represente uma ingerência indevida na soberania venezuelana, mas o único caminho que resta para o advento de eleições transparentes e alternância democrática do poder.
A discrepância de forças efetivas entre os Estados Unidos e a Venezuela é patente. O processo de divisão e incertezas corrói a aparente solidez do aparato militar venezuelano e não se pode confiar na convocação massiva de milícias civis despreparadas e dispostas como escudos humanos.
Muitas são as rotas de fuga de Maduro e os principais baluartes do regime, porém muitas dúvidas permanecem no ar e tantas incertezas e desconversam podem resultar em cenas semelhantes aquelas com que Luís XVI da França terminou guilhotinado ou Saddam Hussein fugindo de buraco em buraco até ver sua caveira final!
Negociações foram entabuladas, a ponto de culminar com propostas que beiram o ridículo e com as quais o ditador Maduro passou da encenação desafiadora às promessas de entregar as riquezas naturais da Venezuela, sugerir a sua permanência temporária no poder e afinal transferi-lo à oposição democrática na condição de deter o comando das forças armadas e anistia plena para os crimes que cometeu. Obteve apenas do governo norte-americano o salvo conduto para buscar asilo com sua família e seus principais asseclas em destinos ainda incertos.
Tão incertos que não se sabe se seus cúmplices principais, entre eles os cubanos, os “deodatos e padrinos” e outros bem conhecidos, permitirão que ele escape!



