O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, é um livro aberto ou uma grande incógnita. Dele se diz que é um jogador, sem princípios e um negociador sagaz e falso. É capaz de tudo. Mentir, enganar e nele não se pode confiar. Outros, o veem como líder de uma grande nação, o restaurador de princípios que muitos consideravam mortos. Trump é o defensor universal dos direitos humanos, o baluarte da livre expressão, o exterminador da falácia woke, o inimigo número um da censura, enfim, o presidente norte-americano que lidera em variadas frentes as mudanças geopolíticas do mundo moderno.
Não faz muito tempo, ele recebeu na Casa Branca o prefeito eleito de Nova Iorque, o democrata Zohran Mandani e esparramou-se em elogios ao socialista mulçumano que havia chamado Trump de fascista e outros predicados desairosos, em sua campanha eleitoral!
A desfaçatez do presidente norte-americano não parou por aí. Surpreendeu o mundo inteiro ao declarar, em encontro casual e momentâneo na Assembleia Geral das Nações Unidas, o seu súbito amor a Lula da Silva, o presidente brasileiro, de quem ouviu os mais ferozes impropérios, desafios e chicanas.
Nada disso, contudo, impediu Trump, de buscar no fundo do coração esse inesperado amor, do qual se espera prodígios que só uma alma apaixonada pode alimentar.
Xi Jinping jamais esperou palavras tão doces com que Trump lhe distinguiu: “ele certamente não quer ver tumulto e morte. Ele não quer isso. Ele é um homem bom. Ele é um homem muito bom e eu o conheci muito bem”. Esse nobres sentimentos aliviaram o mundo, que temia a hecatombe nuclear entre as duas potências!
Quem não se lembra do encontro romântico entre Trump e Kim Jong Um? O líder da ditadura da Coréia do Norte, pouco antes tinha afirmado “que se os imperialistas norte-americanos nos provocarem, não hesitaremos em revidar com um ataque nuclear preventivo.” Em entrevista à Blomberg veio a resposta: “Se fosse apropriado eu me encontrar com ele, eu o faria sem hesitar, seria uma honra.”
Recentemente, nada foi mais emblemático da personalidade do presidente norte-americano do que a conversa telefônica com Nicolás Maduro, líder de um cartel de entorpecentes, ditador da Venezuela, sancionado pelo crime de práticas contra os direitos humanos. O presidente eleito democraticamente bate um papo com um terrorista e chega a oferecer-lhe a renúncia e a fuga segura da Venezuela, rompendo o princípio, assaz conhecido, que não é lícito e moral, nestas condições, negociar com um bandido.
Ah! Trump, quem te viu e quem te vê. Ama a qualquer um, beija seus mais inimigos figadais, encontra com ditadores no escurinho do cinema e causa reboliço, como aconteceu com os esquerdopatas que o odiavam, bem aqui em nossa frente! A impressão que dá está contida na famosa afirmação de Thomas Sowell: “nada é tão ruim que políticos não possam piorar”!
Qual é o Trump real? Quem de fato é esse fingido bajulador? Se assemelha, às vezes, ao poeta retratado por Fernando Pessoa: “o poeta é um fingidor, finge tão completando que às vezes finge ser dor, a dor que deveras sente.” Remanesce a pergunta: é a cara ou é a coroa?



