José Medrado

Infelizmente, vimos nesse domingo quase acontecer uma batalha campal na Avenida Paulista, entre apoiadores do presidente Bolsonaro e os de posição contrária. Estamos assistindo a uma crescente onda de radicalismo no Brasil, em parte, com devida vênia, em estímulo do Planalto e dos seus aliados, principalmente quando participam, divulgam e apoiam. Não faz muito, sem ser profeta, preconize tal possibilidade, quando na porta do Palácio o presidente falou que o povo, o Brasil estava ali. Pensei: não vai dar boa coisa, pois ali não está o povo, e sim, mas os seus eleitores, uma vez que a sua votação não foi à unanimidade. 

É certo que as pessoas que já conversaram ou opinaram, ou mesmo discutiram sobre política e se deram conta que é um assunto em que não se chega a lugar algum, muito menos se muda posicionamento, posto que é quase impossível demover alguém que carrega conceitos ideológicos, de qualquer natureza, inclusive, por incrível que pareça, também de religião, abrir mão do que defende e aceita. Em razão de uma onda ideológica forte que tem estado no mundo, muitos têm se dedicado ao estudo do comportamento dos radicais.

Penso que um dos mais interessantes foi feito pelo neurocientista Steve Fleming e sua equipe na University College London. O estudo foi projetado para medir a capacidade do grupo experimental de reconhecer erros. O objetivo era identificar se os indivíduos que possuíam ideias radicais no nível político desenvolveram crenças dogmáticas porque tinham plena confiança nessas opiniões. Ou, ao contrário, se as posições que ocupavam eram produto de problemas de metacognição (pensamentos sobre os próprios pensamentos).

A partir dos resultados das pesquisas, foram identificados os indivíduos que estavam nos extremos, cujos pontos de vista se caracterizavam como absolutamente radicais. Afirma o líder da pesquisa, Dr. Fleming, que “... as pessoas que têm crenças políticas radicais têm uma metacognição pior do que aqueles com pontos de vista mais moderados”. E mais: nos resultados da pesquisa do Dr. Fleming mostraram que as pessoas mais radicais e dogmáticas têm uma capacidade muito limitada de questionar as ideias que assumiram como verdadeiras.

A verdade é que não precisa ser estudioso para entender que o extremista é mais do que  radical e intolerante, ele é intempestivo e sempre vai se considerar dono da verdade, mesmo que para isto precise até romper com amizades ou mesmo com familiares. 

Caro leitor, apenas transcrevi uma pesquisa reconhecida academicamente, não precisa ser extremista comigo, sou apenas um pensador. 
 


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