HOJE TEM ESPETÁCULO? II

Por que não? O show tem que continuar, tal como disse o interprete do samba imortal: Arlindo Cruz.

Não importa que falte água nas torneiras, que ninguém compareça ao lauto jantar da Janja, que o custo de vida em Belém seja estratosférico, que Lula, Janja e seus  convidados  navegem em iates de luxo, que mais de um bilhão e meio sejam torrados dos cofres públicos, que Lula tenha deixado seus  convidados a ver  navios e correu pra beijar os pés de Maduro, que pouca gente apareceu por aqui e deixou o presidente brasileiro com  cara de tacho...

O mundo todo reuniu-se na Terra em 2017 para definitivamente salvar o planeta. Antônio Guterrez, Secretário-Geral das Nações Unidas, convocou a todos para a terceira guerra mundial e disparou o terrível vaticínio dos nossos tempos: “estamos na luta de nossas vidas e estamos perdendo. Emissões de gases de efeito estufa estão aumentando. A temperatura global continua subindo. E o nosso planeta está rapidamente atingindo pontos de inflexão, que farão o caos climático ser inflexível. Estamos numa rodovia para o inferno climático com os pés ainda no acelerador.”

A cobra vai fumar. Nunca se viu tanta gente e tanto dinheiro para encher as ávidas sacolas do pessoal das ONGs. Era o canto da sereia das grandes COPs. Se a de 2017 reuniu 30 mil pessoas, a de 2018 teve mais de 90 mil pessoas. Só de lobistas das empresas de óleo e gás tivemos mais de 2.000 credenciadas e das OGNs foi preciso um outro edifício para abriga-las, tamanha era seu apetite diante do apocalipse ambiental. O Brasil só foi superado pelo anfitrião, o Egito, mas concorreu com louvor, mandando para ver as pirâmides mais de 3.000 participantes!

Mas, foi também o crepúsculo dos deuses. Novas teorias sobre a teórica catástrofe que aguardava o planeta vem prosperando, a ponto de centenas de cientistas publicarem um documento, apelando por novas COPs enxutas, sem lobistas e sem ONGs, aproveitadoras do caos, previsto pelo sacerdote do fim do mundo, o Secretário-geral da ONU.

Finalmente, chegamos à COP 30, com apenas 18 chefes de Estado, sem a presença das maiores potências econômicas, e uma nova cartilha em andamento, na qual os  vilões do meio ambiente, causadores do efeito estufa, os malfeitores instalados nos países industrializados do Atlântico norte, que de COP em COP foram dividindo responsabilidades com os países não industrializados pobres e dependentes existentes no mundo, tecem agora um novo discurso, capaz de  encantar os micróbios e submissos dirigentes dos brasis  espalhados pelos 570 milhões de quilômetros quadrados do globo terrestre.

Aos poucos, mas  com a disposição que nunca faltou às  ONGs, movidas pelos ricos emolumentos que recebem a fundo perdido, o efeito estufa que sobrecarrega a atmosfera terrestre, não é  causado exclusivamente pelos combustíveis fosseis, mas também e principalmente pela ocupação, cada vez maior e mais intensa da agropecuária, presente  em países como Brasil.

Contribui enormemente para esse desastre ecológico nossas vacas e ruminantes. Essas vaquinhas, distraidamente, dão arrotos e “peidos”, coisas que fazem com tanta discrição e respeito (confesso que nunca vi uma vaca peidar na minha frente). Esses bois e vacas, durante sua digestão, chamada de entérica, produz metano, gás 28 vezes mais forte que o dióxido de carbono e dessa forma provoca o aquecimento do planeta.

Percebi, nessas mal traçadas linhas, porque tudo fizemos para patrocinar essa malsinada COP em nosso país. Tem a ver com o “fascismo” dos nossos agricultores e os “peidos” de nossas vacas, uma das mais vistosas conquistas intelectuais do nosso presidente.

Nesses dias em que a França, presidida pelo amigo do peito de Lula da Silva, Monsieur Emmanuel Macron, negou, mais uma vez a adesão da França ao Acordo com o Mercosul, Ajudou, certamente, a seu amigo brasileiro a condenar nossas vaquinhas. Apesar, ou por causa do Lula, nossas vacas foram pro brejo!