Ilusões perdidas

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Ilusões perdidas

A fim de perceber a amplitude histórica das mudanças que sacudiram o mundo nesta última metade de século, é preciso observar o impacto dessas transformações no espírito humano. Mais precisamente nas crenças ideológicas, muros, cortinas e ilusões que alimentavam as mentes, as quais  ainda vagueiam entorpecidas por suas ilusões perdidas.

Uma delas, talvez a mais chocante, é a que expõe o pacto de anormais, em escala mundial, entre bilionários revelados na competição do capitalismo globalista e os herdeiros esquerdistas do socialismo real, lançados ao deus dará e susceptíveis às procelas dos novos tempos.

Desde a queda do Muro de Berlin e a derrocada da União Soviética, os líderes do capitalismo passaram a traçar os planos da nova era da globalização e do avanço da tecnologia, em sucessivas reuniões anuais em Davos. No ambiente paradisíaco da Suiça, entre esbornias e ambições, foi plasmada a visão globalista do mundo, sustentada na concepção de uma governança mundial, substituta do estado nacional,  que fora construído sob as bases de uma sociedade democrática e liberal.

À esquerda política, sobrevivente do desastre do socialismo real, coube proceder -nas sociedades onde exerciam influência política-  ao enterro de suas velhas teorias e desprezar por inteiro o fundamento de suas pregações ideológicas, a luta de classes, e colocar em seu lugar, uma “nova” estratégia de divisão da sociedade em grupos conflitantes, de raça, sexo e culturas, a fim de fazer ruir o estado nacional.

Esses dois caminhos, logo encontraram suas vertentes e constituíram uma parceria, azeitada profusamente pela ricas e inestimáveis contribuições financeiras, sediadas nos centros irradiadores desta destrutiva aliança. Tanto o Estado nos países cêntricos, como as poderosas fundações, tal como já denunciadas em muitos países, entre os quais o Brasil, despejaram, um volume de  recursos incalculáveis, com a  finalidade de apoiar estudos, intervenções políticas ilegais e outros crimes ainda mais graves, destinados a corromper nossas instituições democráticas e enfraquecer nossa estado de direito, preparando o nosso futuro para, ao cabo  e  através de um governo mundial, destruir o estado nacional  e todas as nossas instituições responsáveis pela liberdade de nosso povo e preservação da  cultura ocidental e do cristianismo. 

A interferência direta de fundações americanas, capitaneadas por George Soros, capitalista detentor de uma  fortuna estimada em mais 07 bilhões de dólares, dezenas de  fundações norte americanas  e outras, a exemplo da Arabella Advisors, com doações superiores a 1,5 bilhão de dólares para partidos de esquerda nos EUA, que redistribuia para outras organizações de  esquerda pelo mundo, dinheiro considerado obscuro e sem qualquer fiscalização por entidades governamentais.

Muitos, os mais educados, perguntarão, qual a finalidade dos super-capitalistas, empenhados, assim como o atual governo do apedeuta Luís Inácio, em reduzir os estados nacionais à soberania de um único governo mundial? É não só abolir o regime democrático e o estado nacional, mas submeter os povos a regras e culturas não alinhadas à vontade popular, mas à uma ditadura que nos transformará em uma simples  burocracia, cujas políticas públicas serão aquelas ditadas nas 30 regras da ONU. Somos obrigados, assim, a concordar com Friedrich Nietzsche quando denuncia que “as pessoas  não querem escutar a verdade porque não querem ver suas ilusões destruídas”.

A estratégia descrita em poucas palavras, confia que uma  governança mundial incorporará, sem dificuldades tangíveis, o modelo de  capitalismo de estado, baseado em concessão estatal, regime econômico bem sucedido em seus resultados na China,  o qual se antepõe com as regras existentes na maior democracia do mundo e que não pretendem alterar o que os norte-americanos chamam apropriadamente de “way of life”, orgulho de uma  sociedade em processo de recuperação de muitos seus valores morais e políticos ameaçados.

O desafio dos tempos modernos, face as transformações que muitos ainda relutam em admitir, consiste em olhar prá frente, ver longe e expulsar o velhote inimigo que está morando dentro de nós e “descobrir novos oceanos – como chamou a atenção o poeta André Gide – se tiver a coragem de perder a terra de vista”.

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