Foto: Antônio Augusto/STF
O famoso psicanalista, sucessor de Freud, Jacques Lacan, advertiu que “não se deve compreender muito rápido”, sob pena de assimilar imperfeitamente os fatos. Esse enquadramento do ministro Alexandre de Moraes, há tanto tempo esperado, na lei MAGNISTKY, parece ser o caso. De tanto se falar nesta lei, suas origens e implicações, pela qual os EUA pune severamente estrangeiros violadores dos direitos humanos, sabemos do que ela é capaz, a ponto de ser conhecida pelo epíteto de “ morte financeira”.
Logo percebi que se tratava do quinto círculo do inferno de Dante Alighieri, o toscano criador da língua italiana que, em provecta idade, escreveu a Divina Comédia e a publicou durante seu exílio, na cidade italiana de Verona.
Neste quinto departamento do Inferno estavam os rancorosos, vingativos e perseguidores. Logo na porta do inferno fica uma cachoeira de água e sangue ferventes, local onde estão estes indivíduos que levaram a vida em acessos e raiva e repletos de falsidades, debatendo—se atolados nas águas do Rio Estige, entre as bolhas e correntezas fervorosas do rio.
É dantesca a cena infernal. Havia quem dissesse que a lei não seria aplicada por uma questão de soberania nacional brasileira. Trata-se, contudo, de uma “soberania” permissiva, onde valiam a tortura contra cidadãos inocentes, as prisões arbitrárias, os processos falsos e persecutórios, enfim a supressão por inteiro do estado democrático de direito.
E a lei MAGNISTKY, FINALMENTE, chegou, não sem antes o governo norte americano cassar vistos de permanência nos EUA de oito ministros do STF e declarar que a lei demolidora e dantesca poderá ainda colher outras autoridades, que colaboram com a destruição das liberdades democráticas no Brasil. Tal possibilidade, acontecerá se o tribunal soberbo e supremo não abandonar a obsessão demoníaca de perseguir e condenar dezenas de réus, acusados de tramar um imaginário golpe de estado.
Em relação a tarifa alfandegária sob a importação americana de produtos brasileiros, chamamos a atenção para as inúteis diatribes do presidente brasileiro e o quanto isto poderá agravar ainda mais os graves problemas econômicos que advirão, principalmente com vistas à importação de mercadorias russas por parte do Brasil, às quais subvertem as políticas praticadas pelos países democráticos do Ocidente, em face dos esforços dos americanos e da Comunidade Europeia para dar fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Esta questão será tratada, com mais vagar, em comentários posteriores.
As sanções norte-americanas não cessarão enquanto o nosso país não restabelecer os laços, que tanto prosperam ao longo de nossa história pretérita com os valores ocidentais, e o ponto de partida desse retorno é a consulta à nação brasileira se os rumos oferecidos pelo governo do Presidente Lula condizem com a vontade popular. Em outras palavras, as alianças projetadas e assumidas pelo governo brasileiro incluem estreitas ligações com países ditatoriais, grupos terroristas internacionais, antissemitismo assumido e manifesto, entre outros descaminhos!
A busca de um ajustamento político e institucional, implica em recuperar a plena Democracia, com a votação pelo Congresso Nacional da anistia, ampla, geral e irrestrita, envolvendo os presos e perseguidos políticos sem exceção e a paralização imediata dos inquéritos infindáveis a cargo do STF.
A plena Democracia, a garantia das eleições de 2026 – hoje ameaçadas – as liberdades, o respeito à Constituição de 88, enfim a poesia de novo tempo, como dizia Adélia Prado: “De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo”.
