Reconstruir é sempre reinventar

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Reconstruir é sempre reinventar

Com essas simples palavras, Eça de Queiroz, vai no âmago da questão. Machado de Assis diz a mesma coisa num conto magistral, no qual a verdade recontada é sempre sacrificada e não vale mais que outros quinhentos mil réis. 

É o que acontece com esse inventado processo do golpe de Estado, no qual o ministro Alexandre de Moraes se contorce, como ator principal do teatro do absurdo, a desfiar mentiras, invenções e falsidades.

Descrever seus intermináveis devaneios é chover no molhado. Não submeterei meus leitores a esses absurdos judiciais, com os quais o Direito brasileiro é sacrificado no  altar de Moloch, o deus cananeu, devorador de  crianças inocentes. Só para citar uma das últimas perversidades do ministro, cito a censura com que nos brindou, através do silêncio absoluto das acareações, que ora se processam no “seu” tribunal privado.

Sequer tais acareações entre os corréus foram gravadas, a fim de que nem o presente, nem o futuro conheçam a “cara” da farsa e da mentira. É o cúmulo da desfaçatez. Nem um ministro levantou a voz!

A delação premiada, o vergonhoso e único troféu a que se  apegou o “conjunto probatório” caiu por terra, como um fruto podre, no qual o delator não passa de um “quase Homem”, destruído em sua dignidade e possuído pelo medo. Ninguém acredita numa única palavra sua!

A cada episódio que se sucede, o “processo” prova o gosto amargo das suas mentiras e se desenrola como um conto de fadas de mau gosto, ridículo e inverossímil, como uma mula de sete cabeças! A triste figura do Procurador Geral se derrete tal uma pedra de gelo, perdido entre mentiras, palavrões e apavorado com a história que inventou, vendo o seu desmonte, sem que nada possa fazer para salva-la do incêndio inevitável. Eça de Queiroz advertiu que “é o comer que faz a fome” e não é por outra razão que o rosto esquálido do douto Procurador, revela a profundidade de sua fome incurável. Um terror sem fim!

Não só a farsa ruiu. Ela veio acompanhada da tragédia, tal como previu Karl Marx. O sonho dos ditadores acabou. O pesadelo é tão assustador, que dele não se pode adivinhar o deslinde, que se aproxima. O Ministro Relator do “processo” invadiu a jurisdição alheia, catucou a onça com vara curta, e foi barrar nas barras da justiça norte americana. Agora, vai provar do mesmo veneno que serviu aos inocentes, que clamam por anistia!

“Ora, direis ouvir estrelas”, falava com doce convicção, o nosso poeta parnasiano. Seu verso reverbera entre aqueles que só querem justiça, não vingança e ódio de que são vítimas, ainda que, neste primeiro momento, ela venha de tão longe, com letras garrafais, em nome dos perseguidos e em defesa do sagrado direito da liberdade de expressão!” 

A verdade é que cada homem que pratica o mal como princípio e guia de suas vidas, tem dento si, no interior de sua natureza humana, as sementes de sua própria destruição. A História está repleta de exemplos, basta compulsar o destino das personalidades mais malévolas do último século, para deparar-se com esta verdade.

Pouco importa, que as maldades cometidas contra homens e nações tenham sido protegidas por jornalistas que traem o seu povo e a sua própria profissão. Esses, também não passarão incólumes ao julgamento dos tempos!

Comentários

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Lidia Santana
Brilhante como sempre. Apenas acho que o Mauro Cid traçou uma estratégia genial que só compromete o monstro do lago.

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