Conduzidos pelas mãos do atual Presidente da República, estamos sendo arrastados, passo a passo, rumo a uma sociedade, fruto da ilusão totalitária. Não falta mais nada para a demonstração cabal deste inevitável destino. As instituições nacionais estão desmanteladas, cada uma de maneira que não subsistem vestígios mínimos dos valores constitucionais, com os quais foram concebidos em 1988.
Não é possível que algum brasileiro, ainda não se apercebeu da miséria que devastou o sonho democrático. Os fatos falam por si só.
Intrigante é a reação da sociedade nacional. É como disse o poeta português Miguel Torga: “É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disso. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos socialmente uma coletividade pacífica de revoltados.”
Não há outra maneira de configurar o silêncio ensurdecedor de toda a Nação, como se a tudo que assiste repugnasse, mas o seu nojo é um enjoo passageiro, à espera que o comboio continue seu itinerário rumo à estação oriental.
Falta pouco para os donos do poder darem mais um passo, devidamente calculado, para submeter o país a um regime autocrático, fora da lei. A Constituição foi varrida da sua sublime missão, O Congresso Nacional ou a Câmara dos Deputados em particular estão passíveis de desmoralização e cassação dos seus poderes constitucionais, a insegurança jurídica alcançou o paroxismo, o crime organizado se espalhou por todo o país e desafia os poderes do Estado, a liberdade de expressão é caçada por quem devia protege-la.
Protegido por sua fala secreta, o Presidente da República, viu-se em apuros quando ele próprio foi traído por suas nefastas circunstâncias, e a Nação inteira tomou conhecimento que estamos nos aproximando da implantação da censura ao pensamento dos cidadãos brasileiros. Lula pretende copiar no Brasil os métodos e o modelo, através dos quais a livre expressão é suprimida na China, aviando meticulosamente o totalitarismo no país.
Seu plano estratégico consiste em extirpar da vida brasileira as liberdades, os princípios elementares do Direito, auridos do Direito romano e de nossas substanciais tradições do cristianismo e da cultura humanista da Grécia e do Renascimento.
A ideia de importar da China especialistas em censura, com vista a introduzir tais princípios nas redes sociais, tal como os chineses fizeram em seu país, eliminando o Facebook, o Google, o X e outros tantos, não pode prosperar entre nós, sob pena de mais cedo do que supõe os brasileiros se tornarão uma massa informe e doentia, um povo sem vigor e sem cultura.
O que Lula urdiu em sua desastrosa viagem à Rússia e à China foi uma trama secreta, um retorno ao século da “diplomacia secreta” que alimentou o colonialismo e as guerra mundiais, entregando o Brasil, suas riquezas materiais e, o que é mais grave ainda, fatia substancial de sua soberania às ditaduras orientais.
Não é possível que a Nação permita a continuidade desses desatinos, que marche calada em direção à sua própria guilhotina, com a finalidade de proteger interesses pessoais momentâneos. Arendt chama a atenção que “muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime.”
Os que estão silentes e contemplativos precisam abandonar a usura e o descompromisso com a Pátria e o futuro, e intercederem, a fim de que nossas liberdades não sejam eliminadas em fatias, uma por uma até desaparecerem por completo. Como lembrou, com precisão, nosso maior romancista, Machado de Assis: “as liberdades dependem tanto umas das outras, que o dia da morte de uma é a véspera da morte da outra”.