A Agência Reuters, que é considerada a maior agência de notícias do mundo, sintetizou em poucas palavras o que foi tratado na esperada reunião entre o Presidente Trump e o brasileiro Luís Inácio, ao revelar o tema central da reunião: “o tarifaço imposto pelo governo norte americano às exportações brasileiras para os EUA e outros assuntos”.
Que o presidente brasileiro pretendia tratar do referido tarifaço é fato notório. Porém, o que produziu indagações foi a alusão aos outros assuntos. Quais teriam sido?
O presidente dos Estados Unidos é um governante muito bem informado. Dispõe, imagino, de muitas organizações governamentais, cujo trabalho principal é colher e tratar informações atualizadas sobre os acontecimentos geopolíticos, econômicos e aqueles relacionados à política interna de outros países, que possam interessar aos Estados Unidos.
Desta reunião realizada na Malásia, muitas conjecturas antecederam a sua realização, entre elas, inclusive as que davam como certa que Trump humilharia o presidente brasileiro e outras que o súbito sentimento de apreço e, por que não, de amor do norte americano pelo brasileiro expressar-se-ia com toda química e vigor.  
O que se viu, entretanto, não foi nada disso. Durante o tempo que nos foi permitido assistir o diálogo entre os presidentes, não foi nem uma coisa, nem outra. Poucos foram os momentos dignos de nota. Trump repetiu o que já dito sobre Bolsonaro e Lula pediu o fim das entrevistas de imprensa.
Depois dos prolegômenos iniciais, os presidente conversaram. Nada se sabe. Suspeita-se que falaram, ainda que rapidamente, sobre as outras coisas. Em seguida veio o grosso. Aí também rolaram as outras coisas, mencionadas pela Agência Reuters. É o que se depreende através da escalação do time escalado por Donald Trump para entabular a conversa com o time escalado por Lula. No primeiro, estavam Scott Bressent, Secretário do Tesouro, Jamieson Greer, Secretário de Comércio e  finalmente Marco Rubio, Secretário de Estado. Um para tratar das tarifas, outro para destrinchar a Secção 301 e o outro, certamente para as outras coisas!
E a porca torceu o rabo! O Mauro Vieira, Ministro brasileiro das Relações Exteriores e seus dois desconhecidos auxiliares, desmentiram o desfecho da reunião que se seguiu e tecem loas ao negociadores brasileiros, que teriam botado Trump e seus poderosos Secretários no bolso. Lula anunciou um bom acordo para o Brasil nos próximos dias e joga pedras em Bolsonaro, considerando-o coisa do passado, oferecendo a Trump esse conselho político inestimável.
Neste encontro, a despeito dos negociadores brasileiros, Marco Rubio, por exemplo, não compareceu e nada de concreto aconteceu. Instalaram-se algumas pulgas através das orelhas! No entanto...
Os foguetes da mídia brasileira pipocaram no ar, festejando a amnésia do governo norte americano, que a tudo esqueceu, inclusive as outras coisas. Cismo, todavia, que essas outras coisas não são mais que os outros 500 mil réis, mas Trump teria perdoado essa dívida, considerada uma história mal contada. Realmente, o presidente brasileiro –devedor que era- passou a não dever mais nada ao norte americano e que Trump –tido e havido como um grande espertalhão-  passou a desempenhar o papel de paspalhão, se comparado ao gênio brasileiro.
Agora só resta mesmo esperar a chegada triunfal de Lula à frente de seu imbatível exército de Brancaleone, assim como faziam os romanos na apoteose do “Triumphus”, desfilando soberbo pelo Eixo Monumental. A menos que o presidente norte americano compareça ao evento, a fim de cobrar os outros 500 mil réis. E jogue água fria no faz de conta malasiano!
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