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Uma questão de narrativa

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Uma questão de narrativa

Uma questão de narrativa

Ontem  foi um  dia de fortes  emoções para  a nossa República. Assinalou o encontro entre Lula  da  Silva e Nicolás  Maduro,  depois  de  uma longa  temporada que  este  último não  pisava os  pés no Brasil. 

Enxotado por Bolsonaro, Maduro viu interrompidas  as  relações  diplomáticas entre  o  Brasil  e  a  Venezuela,  o  Ditador  foi proibido  de  frequentar  o  território brasileiro,  além  de  condenado em  tribunais de Nova  Iorque, Miami  e Washington (DC) por crimes de  narcoterrorismo,  com  sua prisão  decretada,  juntamente com  mais  14 integrantes do governo  venezuelano.

Aqui chegando, foi recebido com as honras  de  Chefe de Estado e afagos saudosos do  Presidente Lula. Lula  considerou  um  “momento  histórico” a  visita  de  Maduro e afirmou “que cabe à Venezuela mostrar a sua  narrativa,  para que  possa efetivamente fazer pessoas mudarem de  opinião...construa a sua  narrativa, e eu  acho que  por tudo que conversamos, a  sua  narrativa vai  ser  melhor do  que  a  narrativa que  eles têm  contado  contra você”.

O que acontece na Venezuela é -para o Presidente  do Brasil – uma questão de narrativa. 

Desta convincente  narrativa não participam mais  de dez mil  assassinatos  cometidos pela brutal ditadura  inaugurada por Hugo Chavez, os  estupros cruéis, as  razias  militares contra  o cidadão  indefeso, as prisões ilegais dos  opositores  do  regime, a  fuga  de milhões de  venezuelanos tangidos pela fome e as  perseguições  políticas, a criminosa  aliança com o  narcotráfico, responsável  pela inundação das  drogas nos Estados Unidos,  na  Europa e nos  países sul americanos. 

Revestido da cândida narrativa sugerida por Lula,  Maduro desembarcou no  Brasil,  ávido pelas  benesses e regalias que seu líder e protetor ofereceu ao  ditador  sanguinário, no  altar em  que  pretende imolar a  nossa  Democracia.

Antes de  sucumbir ao canto  de  sereia com  que  Maduro prometeu  “renegociar” a  vultosa dívida que  tem com o Brasil, Lula comprometeu-se a  abrir  os  cofres do banco  dos BRICS a fim de  que a Venezuela bolivariana aplique  o  mesmo  golpe com  que Lula  no passado sangrou o  BNDES.

Maduro quer fazer parte dos BRICS,  conforme suas  próprias palavras, “não  de  forma  modesta, mas  sim fazer parte  dos Brics (sic) e acompanhar a construção dessa nova arquitetura,  dessa nova  geopolítica mundial,  desse  novo  mundo  que  está à nossa  frente.”

Com essas parcerias preferenciais o arauto  da paz mundial, fracassado nas suas tentativas  rocambolescas,  sonha  “que o  BRICS  possa ter  uma  moeda,  assim  como a  União  

Europeia  construiu o  euro”, lamentando  que  só  um  país tem  a  máquina de rodar  dólar.

A aliança de Lula com Maduro visa,  provavelmente sob a  liderança sino-russa, a  geração de uma nova arquitetura, uma  geopolítica  mundial,  na  qual  estará  reservado  um  proeminente  papel para  o  socialismo do  século  XXI e  o  solene funeral das  liberdades e da  Democracia.

A  narrativa  de que  falamos nos reserva um  futuro cujo  enredo confirma a  judiciosa  visão  de Marc Bloc, segundo a qual quando  conhecemos o futuro  estamos  preparados  para  entender  o  presente que  se  passa  aos  nossos olhos.

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