Editorial
FOTO: Neil Palmer/Wikipedia
A internacionalização da Amazônia, sugerida recentemente pelo presidente francês Emmanuel Macron, é um fantasma geopolítico que, há décadas, assombra o Brasil.
Utopia científica para alguns, um assalto para outros, no entanto, em qualquer circunstância, a intervenção externa no bioma que ocupa quase metade do país – e cobre outros oito da América Latina – implicaria, como bem pontuou o chanceler Ernesto Araújo, uma desgastante relativização de soberanias naturais sobre seus respectivos territórios.
Hoje, ainda é possível dizer que a Amazônia é nossa, apesar do escancarado risco devido a um desmatamento desenfreado nos últimos anos. É preciso, urgente, reequilibrar o bioma para evitar a falência da floresta. É um destino que pode ser recuperado e os horizontes são múltiplos, independente único e exclusivamente da intervenção estrangeira com seus milhões de dólares e euros, porque depois, é fato, alguns milhões de reais serão esperados numa quase certa contrapartida a curto médio prazo.
O governo Bolsonaro deve confirmar, ainda na manhã desta terça-feira (27), que recusará a ajuda do G7 com cerca de 20 milhões de dólares ao Fundo Amazônia, para combater uma onda de queimadas que já está nas mãos de militares e gente especializada no Brasil.
É um singelo, mas, ao mesmo tempo, contundente recado: a Amazônia é nossa. Manter a responsabilidade do zelo pela floresta cada vez mais apartada de interesses internacionais, entretanto, aumentará a pressão para que o governo enfim encerre essa crise na região, puna os culpados pelas queimadas e seja mais cuidadoso ao tratar da agenda ambiental nacional.
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