[A custo zero]

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Empresas de capital aberto poderão, gratuitamente, publicar seus balanços no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou Diário Oficial da União (DOU). É a medida assinada pelo presidente Jair Bolsonaro junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que desburocratiza e alivia financeiramente tanto o Estado quanto as S.As. A transparência está mantida: a publicação ainda é obrigatória, no entanto, tira-se a obrigatoriedade de pagar para editá-las numa mídia impressa e possibilita isso a custo zero, dentro de plataformas eletrônicas do governo.

É uma medida incontestável e que vai de encontro à modernização dos meios de comunicação, em que o jornal impresso, em comparação às possibilidades das mídias eletrônicas, é limitado, caro e de audiência viciada e reduzida. Há décadas, a popularização do computador ocupou o mercado hegemônico das máquinas de escrever. Os celulares, cada dia mais tecnológicos, gradativamente condensam múltiplas funções; e em dois processos mais remotos e hoje quase obsoletos, o DVD enferrujou o videocassete, assim como o CD ocupou prateleiras que antes eram dos vinis e fitas K7.
A publicação de balanços em jornais é uma receita importante à sobrevida do impresso, seja das empresas em capitais brasileiras como às pequenas, familiares, que mais acumulam dívidas do que jornalistas e conteúdo próprio para seguir em frente. E este é um filão milionário ao impresso - a exigência de publicar demonstrativos financeiros está na Lei 6.404, de 1976. De acordo com o site PropMark, o mercado de publicidade legal movimenta, anualmente, cerca de R$ 600 milhões.

Ganha também o já escasso leitor de impressos – diários, semanais ou mensais. Os editais, balanços e afins interessavam apenas à burocracia, e o leitor comum apenas se deparava com uma edição cheia de páginas inteligíveis e, convenhamos, desnecessárias ao informe matinal.

O suposto ataque à mídia, como esperneiam alguns, se de fato for (mas seria generalista demais pensar), é o que se pode chamar de ataque com fundamento, e argumento nenhum tem força o bastante para justificar o contrário. Neste cenário, o presidente inclusive vira o jogo: divulgar que a medida é uma espécie de punição aos impressos que o criticaram durante a campanha e como mandatário do Brasil, coloca é a mídia como a agente de ataques repletos de vingança e rancor.


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