É para comemorar, mesmo, as sessões de ontem à noite na Câmara dos Deputados e o esforço dos deputados em, mais uma vez, avançar a Reforma da Previdência. No início da madrugada desta quarta-feira (7), o texto base da Reforma foi aprovado: enfrentou obstruções, tentativas de terminar a sessão sem um veredito e foi, claro, recheado de discursos cansativos, desnecessários e alguns desaforados. É a prova que, quando os nobres parlamentares assim desejam, se debruçam em uma missão e a concluem.
Foram 370 votos a favor (nove a menos que no primeiro turno), 124 contra e uma abstenção (do deputado Alexandre Frota, do PSL, há meses desgostoso com o governo – rusgas por não ter recebido um ministério do presidente Jair Bolsonaro?). A base para um desfecho favorável ao governo – e ao Brasil – se manteve sólida, bem acima dos 308 necessários para uma PEC passar, e deixa o horizonte aberto a boas expectativas do mercado, por certo.
Que a promessa de Rodrigo Maia (DEM), presidente da Casa, se cumpra e a conclua a votação dos destaques ainda hoje e levar enfim a matéria ao Senado. Pesa a favor do governo que nessa fase não podem mais ser incluídos pontos no projeto – destaques são exclusivamente para retirar trechos.
No entanto, a partir daqui, é um novo esforço de ter os mesmos 308 votos para aprovação, ou seja, mais um embate com a oposição está pela frente. A retirada de referências a temas como pedágio, transição e abono são alguns desejos dos partidos de obstrução.
É vital que não dê brechas a rupturas e intervalos ao principal assunto que tramita no Congresso, quiçá o mais importante do primeiro ano legislativo do governo Bolsonaro. Mais uma vez, sem dúvida, a Nova Previdência avança a passos largos.