O texto da Reforma da Previdência chega ao Senado com a chancela de vitorioso, após uma tramitação dentro dos parâmetros de matérias deste calibre na Câmara dos Deputados, mas com aprovação tranquila e esmagadora perante obstrucionistas. Caso o processo corra sem muitos pormenores, é aprovado pelos senadores até o fim de outubro e, daqui em diante, o esforço dos parlamentares na Câmara Alta será blindar a Reforma de ruídos e intervenções em demasia.

Este será, sem dúvida, o primeiro grande desafio dos senadores na atual legislatura. Se, aparentemente, o clima é de confiança de que terão habilidade e tranquilidade para analisar o texto, naquela eterna força em deixar claro que o Senado não é mero “carimbador” de matérias aprovadas na Câmara, o alerta imediatamente é ligado caso se confirme que tentarão definir a inclusão ou não de estados e municípios na reforma. Isso, se acontecer, precisa ser por meio de uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC), se não, o texto volta aos deputados.

Prudência também é vital para debater a capitalização, como insiste o ministro da Economia Paulo Guedes. É uma discussão cujas questões primárias – quem garantiria, de que forma e, evidente, o custo – levariam tempo demais para o ofício legislativo e certamente extrapolaria o prazo garantido por diversos senadores.

Pontos polêmicos à vista na “Casa Revisadora”? Assim como dançou e suou o presidente da Câmara Rodrigo Maia, o senador da principal cadeira do Senado, Davi Alcolumbre, é quem deve assumir as rédias quando for necessário. É também seu primeiro grande desafio como líder. O deemista precisa mostrar comando para apaziguar, estipular limites e, claro, aglutinar votos – serão necessários 49 votos favoráveis dos 81 senadores (três quintos do total) em cada um dos dois turnos de votação.

A Reforma da Previdência avança, assim como o país espera que o Senado demonstre altivez para lidar com o assunto. É o momento dos senadores serem grandes.