Ação nova, aplicação antiga

Por Editorial
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Ação nova, aplicação antiga

Foto: Reprodução

O ministro da Educação Abraham Weintraub não esqueceu, mesmo, do movimento Escola Sem Partido. A ação lançada esta semana e endereçada às escolas públicas do país, sob o nome Escola Para Todos, insiste em ideias que já circulam e são debatidas em ambientes escolares, digamos, há décadas. Aliás, todos os pontos listados pelo MEC estão previstos por lei. 

Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, respeito às diferenças, tolerância, combate ao bullying, à automutilação e ao suicídio e a não exposição a propagandas político-partidárias dentro das instituições de ensino, salvo exceções e situações isoladas, são medidas que diretoria, coordenações e professores debatem semanalmente. 

É sair do nada para chegar a lugar algum. A Educação pública brasileira enfrenta problemas muito maiores e complexos, os quais o ministério deveria se debruçar, como tentar adequar a grade curricular e sua aplicação à realidade, oferecer reciclagens aos professores para melhor aplicarem o conteúdo em sala de aula ou, então, investir ainda mais em plataformas digitais que integram toda a unidade escolar na hora da aprendizagem.

Reforçar é sempre válido, por certo, mas torna-se banal quando exposto como uma ferramenta que, aparentemente, apenas quer reforçar o combate às supostas ideologias empregadas no ensino. Em muitas classes, inclusive, é impossível aplicar o básico, quem dirá tentar ‘doutrinar’, como sugere Weintraub e outras pessoas nesta cruzada um tanto imaginária. 

É preciso ao MEC e seus gestores de fato compreender as demandas da “próxima geração de forma sadia, humana e civilizada”, como citou o ministro no lançamento da ação. O momento urge por estratégias de ensino concretas, não apontamento de ideias repetidas, apesar da importância do recado.

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