• Home/
  • Notícias/
  • Política/
  • Alcolumbre se entusiasma com eventual indicação ao STF de Pacheco, que vive dilema com MG

Alcolumbre se entusiasma com eventual indicação ao STF de Pacheco, que vive dilema com MG

Aliados de Pacheco dizem que ele não esconde o desejo de ser ministro do Supremo

Por FolhaPress
Às

Alcolumbre se entusiasma com eventual indicação ao STF de Pacheco, que vive dilema com MG

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), expressa a torcida para que o amigo Rodrigo Pacheco (PSD-MG) seja indicado para o STF (Supremo Tribunal Federal), o senador mineiro vive hoje o que pessoas próximas consideram ser um dilema.

Aliados de Pacheco dizem que ele não esconde o desejo de ser ministro do Supremo. A chance parece bater à porta, com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, a ótima relação construída com o presidente Lula (PT), a preferência do Senado e as credenciais de advogado.

Apesar disso, Pacheco depende não só do desejo pessoal de Lula, mas também de uma equação que o petista ainda não disse como pode resolver: a disputa pelo governo de Minas Gerais, onde sobram nomes da direita.

Lula já declarou mais de uma vez que, se Pacheco quiser, ele será o candidato dele a governador de Minas Gerais em 2026.

Segundo interlocutores, o senador ainda não decidiu se vai se candidatar, mas sabe que não há plano B para a frente ampla de Lula em Minas e que o presidente precisa de palanque no estado, o segundo maior colégio eleitoral do país, para a disputa à reeleição. Recentemente, afirmou que fará o que o petista quiser.

Tanto o nome do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), como o da prefeita Marília Campos (PT), de Contagem (maior cidade administrada pelo PT no país), são considerados inviáveis contra os bolsonaristas Cleitinho (Republicanos) e Matheus Simões (Novo), vice do governador Romeu Zema (Novo).

"Eu tenho certeza que vamos ganhar o estado de Minas Gerais com o Pacheco, ele sabe disso. É só ele se dispor a ser candidato. Se ele for candidato, será o futuro governador de Minas Gerais. Espero que, dentro de poucos dias, a gente tenha essa definição", declarou Lula à rádio Itatiaia em agosto.

Se a situação parece complexa em Minas, no Senado Alcolumbre esbanja soluções. Dias antes do anúncio de Barroso, o presidente do Senado afirmou a colegas que vai trabalhar para que Pacheco tenha o maior número de votos da história, caso seja indicado para o Supremo.

Segundo uma pessoa que testemunhou a cena, Alcolumbre disse querer os 80 votos possíveis (o presidente só pode votar se houver empate) e brincou que Pacheco deve perder só o voto do senador Eduardo Girão (Novo-CE), notório defensor do impeachment de ministros, além de famoso entre os colegas por ser sempre do contra.

Alcolumbre afirma em conversas reservadas que hoje Pacheco é o que tem mais apoio dentre os demais cotados, o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas, e o controlador-geral da União, Vinicius de Carvalho.

O presidente do Senado também exalta o amigo, a quem considera um irmão. Alcolumbre diz que o Supremo e as demais instituições teriam muito a ganhar com o perfil moderador de Pacheco.

Senadores também contam ter ouvido de Alcolumbre que Pacheco se desgastou com o eleitorado mineiro ao defender a democracia e enfrentar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) —e que seria legítimo, portanto, que ele fosse recompensado com uma vaga de ministro.

Pacheco também conta hoje com a defesa do ministro do Supremo Gilmar Mendes, como mostrou a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. Numa reunião social em agosto, Gilmar disse que escolheria Pacheco, se pudesse.

"A Corte precisa de pessoas corajosas e preparadas juridicamente. E o senador Pacheco é o nosso candidato. O STF é jogo para adultos", disse, dando a entender que Pacheco tem o apoio de outros magistrados.
Pacheco é próximo do ministro Alexandre de Moraes. Também foi publicamente elogiado pela ministra Cármen Lúcia em 2023.

O senador foi procurado, mas não quis comentar as especulações em torno do nome dele. Barroso anunciou que vai antecipar sua aposentadoria nesta quinta-feira (9). O ministro, que tem 67 anos, poderia ficar até 2033 no cargo, quando completaria 75 anos e teria que se aposentar.

"Sinto que agora é hora de seguir outros rumos. Nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho qualquer apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais da vida que me resta sem a exposição pública, as obrigações e exigências do cargo", disse Barroso, emocionado.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário