Alta da Selic reestrutura mercado de imóveis no Brasil
Esse é o maior ciclo de aperto monetário das últimas décadas

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Diante das condições do cenário macroeconômico, o mercado imobiliário brasileiro vem passando por uma reestruturação. Até julho deste ano, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estava na casa dos dois dígitos.
Com a alta da inflação, o Banco Central alterou a taxa de juro do país 12 vezes seguidas, levando a Selic do patamar de 2% ao ano para 13,75% ao ano. Esse é o maior ciclo de aperto monetário das últimas décadas. Por conta das incertezas, o brasileiro adiou a compra do imóvel. Essas ações do consumidor repercutiram também no preço de venda dos imóveis.
Como mostram dados do Índice FipeZap+ de vendas, que avalia o preço médio de venda dos imóveis nas maiores capitais do país, houve um declínio de crescimento nos últimos 12 meses. Em agosto deste ano, o indicador ficou em 6,1%. No mesmo período do ano passado, ele estava em 5,3%.
Isso significa que, os preços continuam subindo, porém o ritmo de alta desacelerou na comparação com o registrado de 2020 para 2021, período em que o indicador passou de 1,4% para 5,3%, na mesma base comparativa. O BC ainda destaca que o avanço dos últimos 12 meses não foi suficiente para compensar a alta da inflação no período.
O aluguel, por sua vez, registra um cenário bastante aquecido. O preço médio de locação do FipeZap+ mostra uma alta de 14,3% acumulada nos últimos 12 meses. “O mercado de compra e venda tem mais rigidez nos preços do que o mercado de locação. Além disso, o mercado de locação é mais dinâmico, o preço varia com muito mais velocidade”, diz Danilo Igliori, vice-presidente e economista-chefe do DataZap+.