Anace: Descolamento entre preço de referência e realidade da energia pode custar até R$7 bilhões por mês
Valores são divididos entre os consumidores

Foto: Rui Faquini/Banco de Imagens ANA
De acordo com a Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), nesta sexta-feira (19), o descolamento entre o preço de referência da energia negociada no mercado de curto prazo (PLD) e a realidade operativa no país, pode gerar um custo calculado em R$7 bilhões ao mês para os consumidores brasileiros.
A Anace pediu uma revisão dos parâmetros após o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) registrar, nas duas primeiras semanas de novembro, valores próximos aos níveis mínimos, de cerca de 100 reais/MWh. Já as térmicas extras vem sendo despachadas com Custo Marginal de Operação (CMO) bem maior, chegando ao patamar de 2.000 reais/MWh, a fim de preservar os reservatórios das hidrelétricas.
“Não faz nenhum sentido ter o preço hoje do PLD no seu patamar mínimo, próximo de 80 reais, enquanto o país tem geração térmica de aproximadamente 15 mil MWmed para atender ao mercado e recuperar reservatórios (de hidrelétricas).”, afirmou o presidente da Anace, Carlos Faria, em entrevista à Reuters.
Já a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pelo cálculo da PLD, afirma que está “estudando essa volatilidade não natural do PLD para buscar aprimoramentos, sobretudo no que diz respeito à importância que os diferentes fatores têm nos modelos computacionais”.