Direita reage à operação da PF, defende Bolsonaro e fala em perseguição
Bolsonaro foi alvo de buscas na casa dele e na sede do PL, seu partido

Foto: Arquivo / Agência Brasil
Políticos de direita defenderam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em publicações nas redes sociais nesta sexta-feira (18) após operação da Polícia Federal e determinação para uso de tornozeleira eletrônica.
Réu no STF (Supremo Tribunal Federal) em processo que apura trama golpista em 2022 e foco de investigações em andamento, Bolsonaro foi alvo de buscas na casa dele e na sede do PL, seu partido.
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, disse nas redes sociais, em inglês, que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes dobrou a aposta contra o pai.
"Alexandre de Moraes dobrou a aposta e depois do vídeo de Bolsonaro para Donald Trump ontem, ordenou hoje a Bolsonaro: usar uma tornozeleira eletrônica, não sair de casa entre 7h da noite e 7h da manhã, não usar redes sociais, não se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros, não se aproximar de embaixadas, não falar com outras pessoas sob investigação (eu e meu irmão Carlos somos investigados)", escreveu Eduardo.
O senador Flávio Bolsonaro, outro filho do ex-presidente, disse que "a proposital humilhação deixará cicatrizes", mas que elas "servirão de motivação para continuarmos lutando pelo nosso Brasil livre de déspotas".
"Proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Alexandre de Moraes para tomar medidas totalmente desnecessárias e covardes", afirma ele. "Típico de uma inquisição, que já tem a sentença final pronta antes mesmo de começar. Em que a capa do processo é a principal 'prova'."
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a ordem do STF é um novo ato de perseguição política contra o ex-presidente.
"Mais um ato absurdo de perseguição política a Jair Bolsonaro. Censuraram suas redes, proibiram de falar com o filho e obrigaram a usar tornozeleira eletrônica. Tudo isso num processo cheio de abusos e ilegalidades. Não existe democracia quando a Justiça é politizada", disse o governador mineiro.
Zema é pré-candidato às eleições presidenciais de 2026 e aliado de Bolsonaro, Ele participou das últimas manifestações em apoio ao ex-presidente em São Paulo. Os dois estiveram juntos em reunião em Brasília na última segunda-feira (14).
Em nota assinada pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, o PL disse manifestar "estranheza e repúdio" diante da ação da Polícia Federal. "Se o presidente Bolsonaro sempre esteve à disposição das autoridades, o que justifica uma atitude dessa?"
"O PL considera a medida determinada pelo Supremo Tribunal Federal desproporcional, sobretudo pela ausência de qualquer resistência ou negativa por parte do presidente Bolsonaro em colaborar com todos os órgãos de investigação", completa a nota. "Reafirmamos nossa confiança no presidente Jair Bolsonaro, seu compromisso com o Estado Democrático de Direito e com a verdade."